O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou o próprio partido nesta segunda-feira por causa do apoio que parte da bancada tucana deu ao deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) na eleição para presidência da Câmara.
- Nunca vi em, política, fortalecer o adversário. Vi com tristeza o apoio de parte do PSDB ao PT - criticou o ex-presidente, que participou pela manhã do seminário "Voto distrital: A reforma política que interessa ao Brasil", promovido pela Associação Comercial de São Paulo e pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso.
Mesmo com a crítica aberta ao comportamento tucano, FH disse que o "erro estratégico" não pode ser confundido com crise interna ou fragmentação, mas deve ser atribuído ao método político do grupo tucano que tomou a posição de apoio a Chinaglia.
Logo depois da palestra, em entrevista coletiva, Fernando Henrique disse que o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) seria um bom candidato para disputar a prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem.
- Seria um bom candidato. Mas não o único. Também não sei se ele quer ser - disse o ex-presidente, após participar de um seminário em São Paulo sobre voto distrital.
FH discordou da conclusão de que seu governo é igual ao de Lula se comparada a expansão média da economia brasileira no seu primeiro mandato com a da primeira gestão de Lula.
- A diferença é que eu só tinha crise financeira mundial e aqui (com Lula) não tem nenhuma. Acho que perdemos tempo. O clima mundial aqui nunca foi tão bom desde os anos 70. Já nos oito anos do meu governo, eu tive dois anos de crise financeira (1996-2000). E no ano de 2000 o PIB cresceu 4,6%.
Na entrevista coletiva, Fernando Henrique apoiou o anúncio do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), reeleito neste domingo para comandar o partido, de lançar candidato próprio à presidência da República em 2010.
- O PMDB já deveria ter (candidatura própria) há mais tempo - disse.