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A disputa dentro do PSDB entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, pela indicação para candidato a presidente neste ano foi tratada na edição desta quinta-feira do "The New York Times", em artigo do correspondente Larry Rohter. "Oposição no Brasil ansiosa para escolher um candidato a presidente" é o título do artigo. Nele, Rohter constata que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou sua popularidade após o escândalo do mensalão que abalou o governo no ano passado, e rememora as carreiras de Serra e Alckmin.

O artigo traz uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lembrando que, na campanha em que ele foi eleito pela primeira vez, em 1994, ele iniciou a disputa com baixos índices de popularidade.

- Quando deixei o ministério eu tinha, o quê, 6% ou 8% de apoio? E terminei derrotando Lula no primeiro turno, com 54% dos votos. Com a exceção desta última campanha, Lula sempre começa em alta e depois cai - Lembrou o ex-presidente.

O artigo lembra a recomendação do presidente de a oposição continuar batendo forte nas denúncias de corrupção para vencer as eleições. Fernando Henrique lembrou a derrota do candidato democrata a presidente dos EUA, John Kerry, para embasar seu argumento.

- Eu estava nos Estados Unidos e fiquei perplexo em ver que o Partido Democrata deixou-se se levar pela agenda do governo. Você tem de definir a agenda. Se o outro lado faz isso, você perde, porque ele escolhe o terreno da luta. Você tem de escolher seu campo de combate - disse, lembrando a campanha que levou à reeleição de George W. Bush.

Rohter, que foi quase expulso pelo governo brasileiro por um artigo em que ele dizia que o hábito de beber de Lula preocupava alguns brasileiros, conta na reportagem que o presidente perdeu peso e diminuiu o consumo de bebida alcóolica. A reportagem também cita o cientista político Bolívar Lamounier, para quem "mais do que Serra, Alckmin é a imagem oposta de Lula".

Rohter escreve que a principal dificuldade de Serra é sua personalidade e a longa lista de inimigos que fez ao longo de sua carreira, ao contrário de Alckmin, que é alvo de piadas sobre sua "suposta falta de carisma", compensada por uma imagem de competência e honestidade. Segundo Lamounier, "há também uma certa supresa no fator Alckmin como alguém novo na cena nacional, o que pode pesar".

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