Em discurso na convenção nacional do PSDB que elegeu neste sábado (18) o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como novo presidente do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez duras críticas ao governo do PT e defendeu ações de sua gestão, como as privatizações -mas não citou Aécio como candidato da sigla à Presidência em 2014.
FHC afirmou que seu governo "privatizou, sim", mas graças a isso os brasileiros têm acesso a serviços como telefonia celular disponível para todos. "Tivemos coragem. Nós privatizamos. Mas criamos agência que é a Anatel para controlar os resultados. Agora se orgulham [o PT] de que está havendo avanços nos celulares. Mas se esquecem que, se não tivessem coragem de enfrentá-los, dificilmente teríamos entrado na era da internet", afirmou.
Em ataques ao PT, o ex-presidente disse que os petistas jogaram fora a história construída pelos seus adversários. "Aqui há uma vontade de renovação que não joga fora o seu passado. Quando eu vejo isso, eu tenho tristeza. Não tenho revolta, nenhum sentimento pessoal. Por que não reconhecer o que foi feito, que foi feito para brasileiros, por brasileiros, para melhorar o futuro do Brasil?", questionou.
FHC disse o PT sempre votou contra "tudo", até mesmo contra a Constituição de 1988. "A oposição era feroz, o tempo todo, descobriam o que não havia, faziam encenações porque queriam um único objetivo: o poder. Para fazer o quê? A resposta é de vocês", disse à plateia de militantes.
O tucano evitou falar de Lula, mas criticou o fato de ter "imitado" gesto do ex-presidente Getúlio Vargas de colocar as mãos no petróleo para declarar a autossuficiência do país. "Nunca importamos tanto petróleo quanto agora. Fazem propaganda e esquecem que o Brasil tem uma grande empresa. É preciso dar mais força a Petrobras", defendeu.
Ao dirigir-se a Aécio, FHC disse que o partido vai cobrá-lo assim como ele foi cobrado pelo avô Tancredo Neves. "Ele se põe a serviço de uma causa, de mostrar que o Brasil precisa dar um novo salto. E o novo salto requer caras que expressem, na sua fisionomia, a simpatia pelo outro. Que o outro sinta que é um dos nossos. O PSDB tem que ser assim, um partido que as pessoas que sintam".
Em diversos momentos da convenção nacional do PSDB que elegeu Aécio presidente do partido, foram projetadas imagens em um telão gigante instalado pelo partido no local do evento -similar a uma tela de cinema em formato curvo. Fatos do governo FHC, como imagens do Real, foram repetidos várias vezes.
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