FHC: esperança de que haja uma “convergência” entre Aécio e Serra| Foto: Chip East/Reuters

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem um nome de consenso no PSDB para a eleição de 2010. Quinta-feira, dois potenciais candidatos, José Serra e Aécio Neves, concordaram com a realização de uma prévia interna para escolha do candidato ao Palácio do Planalto. Tradicionalmente, cabe a cúpula do PSDB definir o nome do concorrente tucano à eleição.

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"Acho que pode haver um nome de consenso no partido. Tenho esperança de que haja uma convergência entre Aécio e Serra. Eles são os potenciais e acho difícil que apareça um terceiro", disse FHC após participar de um prêmio concedido pela mineradora Vale à ex-primeira- dama Ruth Cardoso. "Vou trabalhar para que haja um nome de convergência, que para mim pode ser qualquer um dos dois", completou.

Fernando Henrique descartou uma possível ruptura de Aécio com o PSDB caso o partido opte por Serra, que já foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2006. "Não existe essa possibilidade. Isso é absolutamente fora de cogitação", afirmou.

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Bem-humorado, o ex-presidente aproveitou o evento para ironizar a recente declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, de que o PT e o PMDB estarão unidos nas eleições de 2010. "Isso tudo é muito variável e daqui a dois anos acho que o Cabral vai estar conosco", disse.

Sem descartar a importância de uma aliança com o PMDB, Fernando Henrique fez questão de ressaltar que fundamental mesmo para o partido tucano é defender uma candidatura que o "povo queira". "O importante para o PSDB e os demais partidos é encontrar bons candidatos. Essas últimas eleições mostraram que nosso eleitor é muito independente. Ele não segue ordem de ninguém e nem tem muito amor a nenhum partido político especificamente. Ele quer saber quem naquele momento assegura um futuro melhor".

O ex-presidente aproveitou ainda para descartar a possibilidade de voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. "Já disse antes que cada um tem que saber o seu momento na história. Meu papel é agora outro", afirmou.