
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, nesta sexta-feira (19), lamentar o “uso político de uma questão pessoal”.
A declaração de FHC, por meio de nota, é uma resposta à afirmação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que a área técnica da pasta está “fazendo um estudo preliminar” sobre a denúncia de que o ex-presidente teria enviado dinheiro ao exterior por meio da Brasif S.A. Exportação e Importação.
Na nota, FHC reafirma que “nunca utilizou qualquer empresa, exceto bancos, para a remessa de recursos a pessoas no exterior”.
“Todas as remessas internacionais que realizou obedeceram estritamente a lei, foram feitas a partir de contas bancárias declaradas e com recursos próprios resultantes de seu trabalho. Não tem fundamento, portanto, qualquer ilação de ilegalidade. O presidente lamenta o uso político de uma questão pessoal”, disse.
Caso haja indícios de crime, disse Cardozo, a Polícia Federal vai investigar. Segundo ele, a prática é padrão no ministério.
“Tudo o que sai na imprensa nós automaticamente avaliamos se há indício ou não para abertura de inquérito”, afirmou o ministro.
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo nesta quinta (18) revela que a jornalista Mirian Dutra, com que FHC manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990, firmou contrato fictício com a Brasif para receber dinheiro no exterior do ex-presidente. O objetivo, segundo ela, era pagar despesas do filho Tomás Dutra Schmidt.
Também nesta sexta (19), a Brasif confirmou, em comunicado oficial, que contratou a jornalista em 2002 “para realizar pesquisas sobre preços em lojas e free shops na Europa”.
A empresa diz, no entanto, que “o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação nessa contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Miriam Dutra diz que “jamais pisou” em uma loja convencional ou em um duty free para trabalhar.
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