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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso aproveitou o espaço de seu site, o Observatório Político, para comentar as reivindicações dos movimentos de combate à corrupção e comparar as atitudes da presidente Dilma Rousseff com as do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. FHC contrasta dois tipos de comportamento diante de casos de corrupção: o que chama de permissivo (Lula) e o intolerante (Dilma).

Segundo ele, "quando a presidente Dilma reitera não aceitar a corrupção impune (mesmo que as circunstâncias políticas a forcem a fazer novas nomeações duvidosas), isso é melhor do que as permanentes tentativas de minimizar os alegados casos de corrupção como o fazia e ainda agora o fez novamente o ex-presidente Lula, lamentando que os ministros recém demitidos não tivessem 'casca dura' suficiente para resistir às pressões da sociedade".

FHC inicia a crítica citando a manifestação ocorrida na quarta-feira, na Cinelândia, do movimento "Todos Juntos Contra a Corrupção". Para o ex-presidente, "felizmente" começa a surgir esse tipo de protesto.

Em seguida, FHC diz que a impunidade é um problema grave, bem como o institucional, este último mantido pelo pretexto da governabilidade. "Atualmente, além da corrupção como desvio pessoal de conduta, estamos diante de algo muito grave: pouco a pouco se foi montando um sistema político que tem a corrupção como pressuposto e condição para a governabilidade. Trata-se, portanto, de uma corrupção institucionalizada. Ela não absolve de culpa pessoal os infratores, utilizem eles ou não os recursos obtidos fraudulentamente para fins eleitorais-partidários ou para enriquecimento pessoal".

Fernando Henrique defende uma medida preventiva contra as "causas (ou pretextos) para a roubalheira": o voto distrital, que tornaria as campanhas mais baratas. "As manifestações contra a corrupção começam, felizmente, a ganhar corpo. Pena que o objetivo proposto pela última delas, no Rio de Janeiro, possa ser enganoso, qual seja, considerar como crime hediondo o delito de corrupção. Não é de agora que a sociedade a cada surto de criminalidade pede isso. Mas, de que adianta aumentar as penas se ninguém é condenado?", questiona.

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