O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso informou nesta quinta-feira (18) não ter condições de se manifestar sobre a informação dada por sua ex-amante Mirian Dutra de que ela recebeu dinheiro no exterior dele por meio de um contrato fictício de trabalho feito entre 2002 e 2006 com a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação.
A declaração foi feita em nota à imprensa divulgada nesta tarde, em que o tucano explica a relação dele com Tomás, que Mirian diz ser filho de FHC.
Ex-namorada diz a jornal que FHC usou empresa para bancar despesas dela no exterior
Leia a matéria completa“Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários”, diz Fernando Henrique na nota.
FHC afirma que está à disposição para outro teste de DNA — dois anteriores deram negativo para a paternidade do ex-presidente — e que sempre custeou no exterior despesas de Tomás por meios permitidos em lei.
“A despeito disso, procurei manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás. Daí que tivesse continuado a pagar sua matrícula e sustento em prestigiada universidade americana. Da mesma forma, doei mais recentemente um apartamento a ele em Barcelona, bem como alguns recursos para fazer os estudos de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas”, disse.
Os recursos, defende FHC, vieram “de rendas legítimas de meu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/ Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil”.
PSDB vai tratar caso Mirian como drama particular de FHC
Leia a matéria completaO ex-presidente informou que a doação para a compra do imóvel foi feita por intermédio de “transferências de recursos meus no Bradesco com o conhecimento do Banco Central”.
A direção do PSDB informou hoje que vai tratar o caso das denúncias feitas pela jornalista como um caso de caráter eminentemente pessoal, um drama familiar. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e outras lideranças do partido conversaram hoje com o ex-presidente por telefone e relataram que ele está chateado, mas sereno.
Veja a nota:
Com relação ao noticiário de hoje, faço os seguintes esclarecimentos:
Os dois testes de DNA para reconhecimento de paternidade que foram feitos nos Estados Unidos tinham o propósito de dar continuidade a meu desejo de fundamentar declarações feitas por mim em Madri de que Tomás Dutra Schmidt seria meu filho (Ele, então, morava em Washington). Para nossa surpresa, o primeiro teste deu negativo, daí o segundo, que também comprovou que não sou pai biológico de Tomás. Sempre me dispus a fazer qualquer outro teste que os interessados julgassem conveniente.
A despeito disso, procurei manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás. Daí que tivesse continuado a pagar sua matrícula e sustento em prestigiada universidade americana. Da mesma forma, doei mais recentemente um apartamento a ele em Barcelona, bem como alguns recursos para fazer os estudos de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas.
Os recursos para tanto provieram de rendas legítimas de meu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/ Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil.
A doação para a compra do imóvel foi feita por intermédio de transferências de recursos meus no Bradesco com o conhecimento do Banco Central. Nenhuma outra empresa, salvos as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos.
Desconheço detalhes da vida profissional de Miran Dutra. Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários.
Questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem.’‘
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