Pela primeira vez desde que o senador mineiro Aécio Neves se colocou como pré-candidato do PSDB ao Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defenderam publicamente ontem que o mineiro seja o nome tucano na disputa em 2014. "Chegou o momento, Aécio, de assumir a responsabilidade. A história, na sua impetuosidade, seleciona. Não sei se é justo ou injusto. É o momento, e o momento é seu", disse FHC.
A defesa foi feita durante um encontro partidário realizado em Poços de Caldas, em Minas Gerais, que também ficou marcado por críticas ao PT e aos condenados do mensalão. Ao comentar as prisões dos mensaleiros, Fernando Henrique foi duro nos ataques. "Há momentos em que a gente sente que há no ar um vento de mudança (...). Aqueles que exerceram papel na alta República não souberam honrar a confiança que o povo devotou neles. Transformaram-se em nepotistas e, em vez de transformar o Brasil, transformaram suas próprias vidas", disse.
Já Aécio Neves, presidente do PSDB e pré-candidato tucano à Presidência, disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ser explorada pelo PT como um ato político. Segundo ele, a prisão dos condenados no escândalo do mensalão foi feita com base "em provas contundentes".
Em encontro que reuniu todos os governadores do PSDB, chamou a atenção a ausência do ex-governador paulista José Serra. Sobre esse fato, Fernando Henrique respondeu, sem citar o nome do ex-governador, que o partido está unido.
Além de Alckmin e FHC, também defenderam abertamente a candidatura de Aécio o senador Aloysio Nunes (SP), aliado histórico de Serra, o governador Antonio Anastasia (MG) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
O evento
Na ocasião, foram feitas críticas à concentração de receitas na União e em defesa da "autonomia e fortalecimento" de estados e municípios, além de uma celebração aos 30 anos do primeiro documento que pediu a realização de eleições diretas no país.
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