Resumo que embasou compra de refinaria não falava de cláusulas

O documento que levou o Conselho de Administração da Petrobras a aprovar a compra da refinaria Pasadena, em 2006, ressalta, logo na abertura, o objetivo de "expandir os negócios na área internacional nos EUA e agregar valor ao excedente de petróleo de Marlim". Não há referências, em toda sua extensão, às cláusulas Put Option e Marlim, como alega a presidente Dilma Rousseff.

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu neste domingo (23) a abertura de uma CPI para investigar as recentes revelações de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. Na última quinta-feira (20) ele havia dito ser contra uma CPI devido a proximidade das eleições presidenciais pode 'partidarizar' a apuração. O PSDB, antes reticente quanto à exploração política do caso, recebeu o aval do ex-presidente para ampliar as apurações além dos "mecanismos do Estado" antes defendidos pela sigla.

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À época da compra da refinaria, o conselho da empresa era presidido por Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil. Na semana passada, a presidente admitiu ter aprovado a compra de 50% iniciais de Pasadena.

Por meio de nota, o Planalto disse que só aprovou o negócio porque teve acesso apenas a um parecer "falho", que não mencionava cláusulas importantes do contrato, como esta que levaria a Petrobras a ter de comprar os 100% da refinaria, via judicial."Os acontecimentos revelados pela imprensa sobre malfeitos na Petrobras são de tal gravidade que a própria titular da Presidência, arriscando-se a ser tomada como má gestora, preferiu abrir o jogo e reconhecer que foi dado um mau passo no caso da refinaria de Pasadena", disse FHC. "Embora, antes desse desdobramento eu tivesse declarado que a apuração poderia ser feita por mecanismos do Estado, creio que é o caso de ampliar a apuração. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, conduzirá o tema, em nome do partido, podendo mesmo requerer, com meu apoio, uma CPMI", continuou.

Segundo ele,' é preciso saber porque só depois de tudo sabido foi demitido o responsável pelo parecer que induziu a compra desastrada da refinaria nos Estados Unidos e que relações havia entre o diretor demitido e o que está preso".

Base de Dilma critica mudança de fala de FHC sobre CPI

Aliados da presidente Dilma Rousseff no Congresso criticaram neste domingo a mudança do discurso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que passou a apoiar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

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A base aliada trabalhará para abortar a tentativa da oposição de instalar a CPI às vésperas das eleições. Liderados por Aécio, os oposicionistas reúnem-se na tarde desta terça-feira (25) para decidir trabalharão para criar a CPI. De acordo com os aliados de Dilma, os oposicionistas querem palanque com CPI.

Um dos vice-presidentes do PT, o deputado federal André Vargas (PR), afirmou que não há um fato novo para justificar uma investigação parlamentar. Segundo Vargas, FHC, que sempre teve uma "postura mais equilibrada", agora faz "política". "Tudo aquilo que ele não quis fazer, pressionado pelo Aécio Neves agora, está fazendo", disse Vargas, que também é o primeiro vice-presidente da Câmara. "A oposição está radicalizando o discurso porque não consegue emplacar seus candidatos", completou.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), criticou a mudança de posição do ex-presidente. Conforme Braga, a oposição quer "politizar" e "partidarizar" a Petrobras. Ele disse que o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) já investigam supostas denúncias de irregularidades envolvendo a estatal. Ele lembrou que as conclusões da CPI são encaminhadas para o próprio Ministério Público (MP). "Se nós fizermos uma CPI a esta altura do campeonato, vamos encaminhar para quem?", questionou. "Que tipo de investigação querem fazer sobre a presidenta Dilma? Já querer confundir alhos com bugalhos, a população brasileira não vai aceitar isso", criticou. A base de Dilma é maioria tanto na Câmara quanto no Senado. Para se criar uma CPI mista, desejo dos oposicionistas, é preciso conseguir o apoio de, pelo menos, 171 deputados e 27 senadores.