Jorge Bornhausen foi ministro de FHC.| Foto: Rodolfo BUHRER/ Gazeta/ Arquivo

O ex-senador Jorge Bornhausen, 78, que foi ministro no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), afirmou na quinta-feira (19) que só soube do relacionamento entre o ex-presidente e a jornalista Mirian Dutra Schmidt pelos jornais e que os dois nunca conversaram sobre o assunto. Nega ainda que a tenha ajudado financeiramente.

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, Mirian afirma que o ex-presidente bancou despesas do seu filho Tomás no exterior por meio de uma empresa, a Brasif S.A. Exportação e Importação. Disse ainda que, no período em que se afastou do ex-presidente depois do nascimento do filho, Bornhausen a ajudou. “Ele era meu amigo”, disse Mirian.

Bornhausen já foi apontado como um dos sócios da Brasif. O ex-senador nega; diz ter sido apenas vice-presidente da empresa entre 1991 e 1992, quando deixou o cargo para assumir o cargo de ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República.

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“O presidente Fernando Henrique jamais tocou nesse assunto comigo, mesmo quando eu estava em Portugal [Bornhausen foi embaixador naquele país de 1996 a 1998]”, disse.

Segundo Bornhausen, a relação dele com Mirian sempre foi a de político e repórter. Ele a conhece desde o período em que era governador em Santa Catarina e ela, repórter em Florianópolis. Voltou a revê-la, disse, já como jornalista em Brasília e ele, senador.

Em Portugal, Bornhausen diz ter sido entrevistado por Mirian, como repórter da TV Globo, assim que chegou ao país, para assumir a função de embaixador.

Na entrevista à Folha de S.Paulo, Mirian disse ter contado com o apoio de Bornhausen. O ex-senador nega. “Embora tenha sido um relacionamento sempre muito amistoso, ela nunca me pediu nada, nenhum tipo de favor”.

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Ele diz não ser sócio da Brasif, “infelizmente”, e que nunca fez nenhum pedido à empresa para realizar qualquer pagamento para Mirian. “E também não acho que o Fernando Henrique fez algum pedido”.

Figura eminente no antigo PFL, Bornhausen chegou a ser filiado ao PSD e hoje não está ligado a nenhum partido – “graças a Deus”, completou.

Aos 78 anos, coordena um centro de estudos da Associação Comercial de São Paulo, integra conselho de diversas empresas e também do Fórum Estratégico da Federação das Indústrias de Santa Catarina e do Conselho de Estudos Superiores da Fiesp.