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FHC, ex-presidente. | PAULO WHITAKER/REUTERS
FHC, ex-presidente.| Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS

A recusa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma Rousseff sobre a situação política do governo causou constrangimento entre petistas. Integrantes do partido consideraram um erro o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) ter declarado, a partir de notícias sobre suposto interesse de Lula no encontro, que Dilma estaria disposta a fazer o mesmo.

“O que me surpreendeu foram as declarações de Edinho dizendo que via isso (o encontro) com bons olhos. Esse episódio trouxe mais desgaste do que solução”, criticou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Em mensagem postada sábado no Facebook, Fernando Henrique descartou conversa que não seja pública com o governo. Segundo ele, qualquer encontro reservado neste momento “pareceria conchavo”: “O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo”, escreveu o ex-presidente.

O Instituto Lula já havia negado que o ex-presidente tivesse pedido a amigos em comum que marcassem um encontro com o tucano, conforme publicou o jornal “Folha de S.Paulo”.

O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, hoje secretário de Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo, ironizou a recusa de FH. “Hoje, com a fala de FHC, surgiu o cancelamento da reunião nunca tentada”, escreveu ele no Twitter.

O senador José Agripino (DEM-RN) disse que a oposição somente é procurada quando o governo não consegue apoio em sua própria base aliada. Para ele, o governo quer que a oposição assuma papel que caberia à sua base no Congresso.

Agripino afirmou que a oposição não se negaria a participar de debates dentro de uma agenda de “interesse nacional”. Mas ele pôs em dúvida o tipo de diálogo que o governo quer ter:

“O objetivo deles é inverter as posições. O governo não conta com sua própria base e quer que sejamos governo, quando temos uma obrigação constitucional de fazer oposição.”

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