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Transferência de voto

Belinati e Richa influenciam escolha

Mesmo sem concorrer, o apoio de Antonio Belinati (PP) será importante para uma parcela do eleitorado de Londrina definir seu voto. O ex-prefeito é o que apresenta maior poder de transferência de voto. Para 42,7% dos londrinenses, a vontade de votar em um candidato é maior se Belinati o apoiar (veja mais detalhes em www.gazetadopovo.com.br).

Em segundo lugar aparece o governador Beto Richa (PSDB), seguido pelo senador Alvaro Dias (PSDB) e pela ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Casa Civil.

Uma boa parte dos londrinenses (27,9%), entretanto, diz que o apoio de Belinati a algum político diminuiria a vontade de votar nesse candidato. Os outros políticos não têm índices de rejeição tão altos assim e a maioria diz que o apoio de Richa, Gleisi ou Alvaro não alteraria a disposição de voto.

Pela Lei da Ficha Limpa, estão proibidas candidaturas de pessoas que tenham sido condenadas pela Justiça em decisão colegiada. Belinati, prefeito por três vezes, foi condenado por ter doado R$ 50 mil ao time do Londrina. Também foi condenado por improbidade administrativa ao promover licitação irregular em 1998 no setor de transporte urbano. (SM)

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A eleição para a prefeitura de Londrina em 2012 dependerá do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade da Lei da Ficha Limpa. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo, há dois cenários possíveis para a disputa: o ex-prefeito An­­tonio Belinati (PP) é favorito, caso sua participação no pleito seja liberada. Sem ele, a disputa fica mais acirrada.

Se a eleição fosse hoje e Belinati estivesse na corrida, ele teria 29,1% dos votos, praticamente o mesmo que a soma do segundo e terceiro colocados – respectivamente, o secretário estadual da Fazenda Luiz Carlos Hauly (PSDB), com 16,7% das intenções de voto, e o atual prefeito Barbosa Neto (PDT), citado por 13,4% dos eleitores.

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Caso Belinati não dispute, quem deve representar família e o partido é seu sobrinho, o vereador Marcelo Belinati (PP). Segundo o Paraná Pesquisas, neste caso a disputa fica mais equilibrada, com três candidatos tecnicamente empatados: Marcelo com 19,6%, Hauly com 18,4% e Barbosa Neto com 14,7%. Situação que levaria a eleição londrinense ao segundo turno. Nesta hipótese, Marcelo levaria vantagem sobre os dois concorrentes.

Nos dois principais cenários considerados, outro cinco candidatos atingem menos de 10% das intenções. Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o capital político de Antonio Belinati "é um fenômeno eleitoral a ser estudado". "Passa eleição, vem eleição e ele continua liderando", afirma.

Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), administrações que o sucederam redimiram a imagem do ex-prefeito. "Ele mantém esse eleitorado beneficiado pela incompetência da gestão do PT e pelos escândalos da era Barbosa", avalia. Lepre avalia que como a participação de Antonio Belinati é incerta, as apostas de seu grupo político devem recair sobre o sobrinho Marcelo. Para ele, o perfil do sobrinho lhe dá a vantagem de herdar o espólio político da família atraindo, no entanto, eleitores que normalmente não votariam em seu tio. "Ele é médico e teve uma atuação razoável como vereador, sem mácula de corrupção", explicou.

Candidatura incerta entre os primeiros colocados na pesquisa também é a de Hauly. Derrotado nas últimas quatro disputas eleitorais na cidade, o secretário de Estado da Fazenda, que é deputado federal licenciado, tem feito afirmações públicas de que não pretende abandonar seu posto para concorrer.

Reeleição difícil

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Lepre estima que caso Richa apoie a candidatura de Marcelo, pode unir os outros candidatos de partidos da base aliada contra Barbosa Neto. "Um prefeito candidato a reeleição sempre é competitivo, mas em caso de coalizão a situação ficaria muito favorável ao candidato do governador." Na avaliação de Murilo Hi­­dal­go, o cenário atual mostra que as chances de Barbosa se reeleger são poucas. "Ele precisa melhorar mui­­to sua gestão se quer chegar lá."

A parcela do eleitorado que aprova a gestão de Barbosa caiu de 42,9% em maio para 36,9%. A desaprovação subiu de 52,5% para 58,7%. Essa variação coincidiu com denúncias de irregularidades cometidas pelo Executivo e problemas na área de saúde.

A aprovação de Richa apresentou uma leve variação negativa, de 76,4% para 74,3% em dezembro. A presidente Dilma Rousseff (PT), por outro lado, teve desempenho melhor: a aprovação passou de 59,2% em maio para 64,4% em dezembro.

Colaborou Rosana Félix

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