O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, considera que a atual crise política do país pode ser analisada em dois momentos. A curto prazo, acredita que a crise é prejudicial. "Sempre que há uma crise política, ela prende a atenção das pessoas que ocupam os cargos importantes da nação", explica. "Isso acaba se refletindo no sistema da administração pública e há uma queda produtiva do setor, dado o peso do sistema público na economia." Entretanto, segundo ele, a médio prazo a crise pode servir para que ocorram mudanças que estão sendo esperadas há muito tempo. A principal se refere à gestão do governo, que já sinalizou um corte de até 70% nos cargos comissionados da esfera federal, visando a profissionalização da função pública. Além disso, aponta uma direção ao governo para buscar recuperar o superávit fiscal através de contenção de gastos e não da elevação de tributos, como vem ocorrendo.

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Segundo Rocha Loures, o empresariado está "muito desconfortável e frustrado" com os últimos episódios da cena políticia nacional. "Apesar de algumas reservas em relação ao lado ideológico, havia muita esperança de que o PT contribuísse para uma renovação dos costumes na área política, até porque é um partido novo, tem uma bandeira ética e possui em seus quadros muitos intelectuais", analisa. "Foi muito frustrante ver que o partido não só adotou os mesmos costumes, como até de certa forma exacerbou e institucionalizou práticas condenáveis."

O representante das indústrias criticou ainda o fato de o PT não ter sido capaz de dispor de um modelo econômico mais apropriado ao Brasil do que o modelo herdado do governo Fernando Henrique, concentrado exclusivamente no sistema financeiro de controlar da inflação somente por meio de uma política de juros. "Isso evidencia que PT não dispõe de um modelo conceitual nem uma equipe competente para gerenciar uma política econômica que favoreça o país".

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Rocha Loures diz que o novo ministro do Trabalho, Luís Marinho, terá duas opções em sua nova tarefa: agir mal, se pensar coorporativamente; ou bem, se usar sua experiência na área para servir como agente modernizador da legislação trabalhista e sindical.