Curitiba A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) tomou a frente do grupo que critica as operações da Polícia Federal. A entidade chamou representantes de 20 entidades civis para uma reunião, que deve ocorrer amanhã, em sua sede, na capital paulista. A discussão deve definir argumentos a serem apresentados nos próximos dias ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, contra o método de atuação dos policiais militares.
A decisão foi tomada depois da prisão, na última quarta-feira, da empresária Eliana Transhesi, acusada de sonegação fiscal na loja Daslu, que vende produtos luxuosos importados. Para a Fiesp, a exposição da imagem da empresária era desnecessária.
O principal argumento do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, são duas portarias assinadas há duas semanas pelo ministro da Justiça, que regulamentam as operações da Polícia Federal. Em sua avaliação, Bastos é contra os excessos. Skaf chegou a definir a operação da Daslu como um "show pirotécnico".
O ministro, no entanto, demonstra disposição apenas para evitar acusações. Ele alegou que "pequenos ajustes" nas operações da Polícia Federal foram necessários porque "as operações de larga envergadura contrariaram muitos interesses de uma classe média alta que se julgava acima de ser atingida pela ação policial".
A assessoria de imprensa da Fiesp confirma que a indignação se ampliou depois da prisão da empresária, mas afirma que a intenção da instituição é evitar a exposição desnecessária de qualquer acusado. A instituição condena o uso da imagem de suspeitos pela Polícia Federal como forma de inibir fraudes e crimes.
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