As doações feitas por fiéis à Renascer em Cristo podem estar engordando apenas a fortuna pessoal do casal Sonia e Estevam Hernandes, e não sendo aplicadas em entidades assistenciais, como alegam os fundadores da igreja. O casal cumpre pena nos Estados Unidos, por entrada ilegal de dólares. O promotor Marcelo Mendroni está convicto de que isso acontece depois de visitas oficiais feitas às três entidades filantrópicas mantidas pela Renascer - Casa Lar Franco da Rocha, Núcleo Assistencial Heliópolis e centro de Recuperação Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Juntas, as três atendem 98 pessoas.
- As entidades estão em situação crítica. Isso é muito triste. Está claro que essas instituições servem apenas como pano de fundo para aumentar a arrecadação do casal. Pelo que vimos lá, a manutenção dessas entidades não consome nem 0,5% do que a Igreja arrecada em doações - afirmou o promotor.
Mendroni afirmou que a situação das entidades é de abandono, de acordo com o que foi constatado nas visitas feitas com autorização judicial com o Grupo de Operações Especiais (GOE) da polícia paulista.
As três entidades foram visitadas no dia 10 de outubro passado. Segundo o MP, a Casa Lar de Franco da Rocha e o Centro de Recuperação Santana do Parnaíba atendem menores retirados da guarda dos país por violência doméstica. São 33 na Casa Lar e 45 Núcleo Assistencial Heliópolis. A outra entidade, em Santana do Parnaíba, atende 20 pessoas viciadas em drogas que tentam se recuperar.
As imagens gravadas nas entidades serão encaminhadas à Vara da Infância e Juventude e às prefeituras para que providenciem vistorias específicas. Se forem constatadas irregularidades, elas podem ser fechadas.
Mendroni afirmou que não foram encontrados documentos contábeis de arrecadação e gastos das três entidades. Apenas em Franco da Rocha foram achados registros de arrecadação mensal entre fevereiro e maio: R$ 4.690 em fevereiro; R$ 4.447 em março; R$ 4.718 em abril, R$ 3.417 em maio. Em maio, a meta era arrecadar R$ 5.189,80 para manter a instituição.
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