A defesa de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, divulgou nesta quinta (5) uma nota com esclarecimentos sobre o depoimento que ele prestou no inquérito da Operação Zelotes. Na quarta (4), o empresário de marketing esportivo viajou para Brasília acompanhado de seus advogados para dar explicações ao delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, que conduz a investigação.
Luis Cláudio falou sobre a relação da sua firma, a LFT Marketing Esportivo, com o escritório Marcondes & Mautoni, acusado de ter atuado na compra de uma medida provisória para favorecer montadoras de automóveis. Segundo a nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, o filho de Lula disse ter chegado à empresa “quando procurava patrocínio no setor da indústria automobilística, medida necessária pela perda do patrocínio da Hyundai, após 2 anos de participação no Torneio Touchdown”.
O Torneio Touchdown é o campeonato de futebol americano do qual Luis Cláudio é dono.
Ele afirmou não ter tido, até então, contato com Mauro Marcondes, lobista e sócio da Marcondes & Mautoni, preso desde segunda (26). À Folha de S.Paulo, Marcondes disse ter sido apresentado à Luis Cláudio por um jornalista em 2014, mas afirmou não lembrar o nome do profissional que os colocou em contato.
Segundo à defesa de Luis Cláudio, os contratos entre a LFT e a Marcondes & Mautoni foram provados “pelo confronto com material de informática apreendido pela Polícia Federal” na busca e apreensão realizada no escritório de lobby. “Ao final dos trabalhos, foram entregues relatórios sobre cada um dos projetos elaborados, resumindo os temas analisados, tendo conservado cópia deste material”, diz a nota.
O foco dos projetos eram a Copa do Mundo FIFA 2014 e às Olimpíadas 2016. A defesa de Luis Claudio afirmou que colocou o material à disposição da PF na quarta (4) e nesta quinta (5),
Martins reiterou que a LFT Marketing Esportivo recebeu pagamentos, e “não repasses” da Marcondes & Mautoni, entre junho de 2014 e março de 2015, “à medida que os trabalhos contratados foram executados”. Segundo a nota, todos os valores foram declarados à Receita Federal, com emissão de nota fiscal e impostos recolhidos. No depoimento, Luis Cláudio também disse já ter usado “parte substancial” do valor que recebeu para viabilizar o “Torneio Touchdown”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, a defesa do empresário já afirmou que ele teria investido mais de 70% desse valor no campeonato de futebol americano.
Sobre a inexistência funcionários contratados pela LFT, Luis Claudio esclareceu que não fez contratações para os trabalhos que desenvolveu para a Marcondes & Mautini. Em relação à Touchdown, disse que a empresa também não tem funcionários em regime CLT e “que contrata prestadores de serviço, que emitem notas fiscais por cada atividade exercida”.
Luis Cláudio destacou sua trajetória na área esportiva, mencionando que é formado em educação física e atuou por cinco anos nos clubes de futebol São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. Afirmou que, como proprietário da LFT Marketing Esportivo prestou assessoria para o Corinthians atuando no desenvolvimento de esporte amador e capacitação de patrocínio, dentre outras atividades. Citou também a experiência como organizador do Torneio Touchdown.
A defesa de Luis Cláudio criticou novamente o Ministério Público Federal por requerer a busca e apreensão requerida no escritório do filho de Lula, “embora o relatório da Polícia Federal, elaborado após mais de sete meses de investigação, não apontasse nenhuma situação concreta que pudesse, ainda que remotamente, configurar indício da prática de qualquer crime por Luis Cláudio”.
“Se havia alguma dúvida, um depoimento -como o ocorrido na data de ontem- teria sido suficiente para superá-la e afastar a existência de qualquer ilegalidade”, afirmou o advogado.
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