No mesmo dia em que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou que irá investigar as recentes suspeitas de corrupção na Petrobras, foi revelado que o filho do vice-presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, esteve envolvido no caso. O TCU é o órgão responsável por fiscalizar as contas públicas federais.
O advogado Tiago Cedraz, de 31 anos, atuou na execução do contrato que previa um suposto pagamento de propina de US$ 10 milhões no caso de venda de uma refinaria da Petrobras em San Lorenzo, na Argentina. Ele era sócio do escritório Cedraz & Tourinho Dantas, uma das partes do contrato que, segundo denúncias, previa repasse de uma "taxa de sucesso" de US$ 10 milhões caso se concretizasse a venda da refinaria a um empresário da Argentina.
Em entrevista à revista Época, o lobista e engenheiro João Augusto Rezende Henriques, ex-servidor de carreira da Petrobras, disse que contratos da área internacional da estatal entre eles o referente à venda da refinaria em San Lorenzo serviram para o pagamento de propina a parlamentares do PMDB.
À Agência O Globo, o filho do ministro Aroldo Cedraz confirmou ter atuado no contrato e afirmou que os "honorários" deveriam ser repassados a terceiros. Tiago, porém, não citou supostos beneficiários de repasses e disse que o contrato acabou ficando pelo caminho. O advogado afirmou ter atuado na execução dos serviços que culminariam na venda da refinaria, até discordar de seu sócio, o advogado e ex-deputado federal Sérgio Tourinho Dantas, quem de fato assinou o contrato em 2009.
Segundo o relato do filho do ministro do TCU, Tourinho Dantas comunicou que deveria haver cessão a terceiros do dinheiro a ser repassado, o que não teria sido acatado pelo sócio. Ainda segundo Tiago, o valor do contrato chegou a ser reduzido em 88%, até ser rescindido. Mesmo assim, o filho de Aroldo Cedraz continuou sócio de Sérgio até agosto de 2012. Tiago confirmou ainda que ele e o pai conheceram e ficaram amigos de Tourinho Dantas. Já o ministro Cedraz disse que, desde sua posse no TCU, em 2007, vem se declarando impedido em processos "que possam gerar conflito de competência ou de interesse".
Investigação
O procurador Marinus Marsico, do MP junto ao TC, anunciou ontem que vai requisitar à Petrobras documentação referente aos contratos suspeitos para apurar possíveis irregularidades.
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