Santa Fé Eleito no último dia 4 de junho, Fernando Brambilla (PPS), 25 anos, assume hoje a prefeitura de Santa Fé, no Noroeste do estado. Além do título de prefeito mais jovem do Paraná, Fernando carrega o peso de ser filho do ex-prefeito Pedro Brambilla, eleito em 2004 pelo PMDB e afastado um ano depois por irregularidades na campanha. Apesar das acusações, o ex-prefeito conseguiu eleger seu filho com 54,1% dos votos.
Mesmo com o mandato de prefeito cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em maio de 2005, Pedro Brambilla deve estar ao lado de Fernando na gestão da cidade. Depois de ser afastado, ele foi nomeado secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico pela presidente da Câmara de Vereadores, Cleunice de Souza Moris, que assumiu temporariamente a prefeitura até as eleições.
Os adversários não se conformam. "Ele (Pedro Brambilla) anda com o carro oficial da prefeitura pela cidade", critica o agricultor João Mauro (PSDB), segundo colocado nas últimas eleições. "Infelizmente a lei no nosso país não é cumprida", diz Mauro, que recebeu 2.140 votos (38,3%).
Terceiro colocado nas eleições, o corretor Paulo Assaiante (PP) fez 236 votos (4,2%). Foi a primeira vez que ele se candidatou a um cargo público, apostando que a população queria uma terceira opção para acabar com a disputa entre os dois grupos rivais.
Justiça
Pedro Brambilla tenta recuperar o mandato no Supremo Tribunal Federal (STF), mas deve desistir da ação. "Ele tinha grande chance de ganhar e conseguir voltar ao cargo, mas como venci a eleição, estamos pensando em desistir da ação para acalmar a população", diz Fernando Brambilla.
O advogado do PSDB, que denunciou a compra de votos nas eleições de 2004, Antônio Mansano Neto, não acredita que o prefeito cassado conseguisse voltar à prefeitura. "Eles recorreram ao STF, mas acho que as chances são pequenas", afirma.
A denúncia foi feita logo após a divulgação do resultado das eleições de 2004. O grupo perdedor entrou com representação no Fórum da Comarca de Astorga, denunciando as supostas irregularidades na campanha. A Justiça julgou improcedente, e os reclamantes entraram com recurso no TRE, que acolheu e modificou a decisão judicial, marcando novas eleições para o dia 4 de setembro de 2005 e afastando o prefeito eleito Pedro Brambilla. O grupo do prefeito recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma medida cautelar conseguindo um efeito suspensivo, o que fez com que Brambilla voltasse ao gabinete.O TSE, porém, voltou atrás, confirmou a decisão do TRE , no dia 7 de abril de 2006, e marcou novas eleições. O grupo de Brambilla entrou com recurso no STF, onde o caso está em andamento.
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