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Expedito Machado da Ponte Neto, filho do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, confessou ter aberto contas na Suíça para receber propina que as empresas pagavam ao pai dele. “Eu mantinha o controle de cada valor recebido para prestar contas ao meu pai”, contou em depoimento.

Machado e seus três filhos assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da União (PGR) para contar o que sabem em troca do perdão por parte dos crimes que cometeram.

Outro filho de Machado diz que manteve R$ 2 milhões de propina em espécie em escritório

Expedito contou que, como não possuía a renda mínima exigida pelas instituições financeiras estrangeiras, mentiu para o irmão para convencê-lo a abrir as contas em seu nome.

Ele admitiu que, desde 2007, operou diversas contas e trusts no exterior, onde chegou a acumular cerca de R$ 73 milhões em propinas.

Expedito disse que ouviu de seu paí que, pelo menos no primeiro momento, o esquema montado na Transpetro visava a arrecadar recursos para políticos aliados e para a candidatura do próprio Machado ao governo do Ceará, posto que ele nunca alcançou.

Segundo o filho de Machado, o presidente da Transpetro dizia que a propina saía do lucro das empresas contratadas pela estatal, cuja gestão não seria prejudicada pela esquema de corrupção montado.

“Meu pai, Sérgio Machado, sempre defendeu que faria isso sem comprometer os processos concorrenciais ou a estrutura interna da empresa, e que o custo de tais vantagens ilícitas sairia da margem de lucro dos fornecedores e que a legitimidade dos processos concorrenciais seria sempre preservada”, afirmou Expedito em depoimento.

Ela relatou que, de 2007 a 2013, foi o responsável por receber e administrar os pagamentos de suborno a seu pai no exterior.

Disse que entrou no esquema quando as construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão venceram uma concorrência para atuarem no Programa de Modernização da Frota (Promef) da Transpetro e aceitaram desembolsar R$ 20 milhões em propina, desde que os recursos fossem pagos a Machado no exterior.

Expedito afirmou que recorreu ao irmão para conseguir abrir a conta na Suíça, já que não tinha lastro financeiro para tal. segundo ele, o irmão registrou a conta para que ele a operasse, sem saber que serviria para seus parentes arrecadarem pagamentos ilícitos.

Ao investigadores, Expedito disse que pelo menos seis empresas fizeram depósitos de propina em instituições bancárias na Europa.

São elas: Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Galvão Engenharia, Deveram International e HR Financial Services.

De acordo com Expedito, ele ainda mantém aproximadamente 3,6 milhões de libras em contas e fundos estrangeiros. Na cotação deste momento, o montante representa R$ 16,6 milhões.

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