Unidos pela dor de perder a mãe, a dona-de-casa Maria Luísa dos Santos, de 57 anos, três irmãos fizeram um juramento: não deixar o assassino impune. Na segunda-feira de manhã, Edivaldo dos Santos, de 30 anos, Manoel Benedito dos Santos, de 33, e Antônio Carlos dos Santos, de 37, cumpriram a promessa e prenderam o próprio pai, o aposentado Alcino Benedito dos Santos, de 66, acusado do crime. Alcino ainda tentou convencer os filhos a não o entregarem para a polícia, mas não adiantou. Levado para a 73ª DP (Neves), ele acabou confessando ter matado a mulher.
- Agora, quero que ele apodreça na cadeia, sem receber uma visita sequer - disse Antônio Carlos.
Tiros e facadas
O crime aconteceu no último dia 26. Por volta das 4h, Maria Luísa e Alcino saíram de casa, no bairro Pontal, em São Gonçalo, para ir ao médico. Quando passavam pela passarela do Gradim, na Rodovia Niterói-Manilha (BR 101), a mulher foi atacada pelo próprio marido: além de três facadas, a dona-de-casa levou dois tiros na testa. O corpo foi encontrado horas depois e, assim que souberam do crime, os filhos do casal apontaram o culpado.
- Sabíamos que só podia ter sido ele. Vivia destratando a minha mãe, agredindo-a - contou Edivaldo.
Fuga de casa
Alcino conseguiu escapar do local do crime e não apareceu mais em casa. Os filhos logo começaram a pensar numa maneira de localizar o pai. E acabaram bolando um plano: um deles ligou para a agência bancária onde Alcino tem uma conta para receber a aposentadoria e, passando-se pelo correntista, conseguiu bloquear o cartão.
- Aí foi só esperar o dia de ele receber. Sem o cartão, ele teria que ir ao banco de qualquer maneira para sacar o dinheiro - disse Edivaldo.Ele foi cruel
Ontem, os três irmãos e o tio Antônio Filho Paiva dos Santos, de 42 anos - irmão de Maria Luísa - chegaram cedo à agência do banco, no Centro de Niterói. Esperaram cerca de uma hora, até que Alcino apareceu.
- Ele falou: "Peraí, vamos conversar". Mas ninguém queria papo. Ele matou a minha mãe. Foi cruel e tem que pagar por isso - contou Antônio Carlos.