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Operadores de mercado do Rio e de São Paulo passaram os últimos dias da semana passada ligando para membros da CPI dos Correios preocupados com o fato de a investigação enveredar para a origem dos depósitos nas contas de Marcos Valério e de suas empresas.

Fim da calmaria 2 – Outro motivo de inquietação do mercado e de setores da oposição é que enxergam uma "operação silenciosa" para atingir o ministro Antônio Palocci (Fazenda), que esses setores prefeririam ver blindado. Na sexta, essa percepção só piorou com declarações de Roberto Jefferson sobre o ministro.

CPI dos bancos – Um dos principais pontos do relatório final da CPI dos Correios deverá ser sobre a vulnerabilidade do sistema financeiro. O comando da comissão acha que uma das conseqüências da investigação será mudanças no relacionamento Banco Central-Coaf-bancos.

Água fria – Num raro caso de entendimento, PT e PFL agiram para desarmar uma proposta de requerimento para que se quebrasse o sigilo de todos os fundos de pensão. Os adversários concordaram que a iniciativa causaria pânico no mercado.

Sigilo quebrado – O motivo de parlamentares do PT e da base terem negado até o fim a existência de saques em seu nome das contas de Marcos Valério é que, pelo esquema "normal", esses "clientes vip" faziam as retiradas de forma anônima com Simone "6 milhões" Vasconcelos.

Sinal verde – O governador Aécio Neves (PSDB-MG) conversou na quinta-feira com parlamentares tucanos na CPI dos Correios. Demonstrou preocupação com a evolução da crise no plano federal, mas garantiu que não aparecerá nada que comprometa o partido ou seu governo.

Forca – Nos diálogos que se intensificaram na última semana entre governo e oposição, já se conversa abertamente sobre quantas e quais cabeças terão de ser entregues para se tentar evitar que o escândalo descambe para a "desmoralização geral".

Então prove – "Não sou eu que tenho de provar coisíssima nenhuma. Quem tem de provar é o próprio governo". Frase de Lula, em junho de 98, sobre a suspeita de formação de caixa dois no governo FHC durante o processo de privatização das empresas de telefonia.

Confiando no futuro – Dias antes de aparecer como a empresa que ganhou contratos milionários da Petrobrás e que pagou um jipe Land Rover para Sílvio Pereira, a GDK anunciou a construção, na Bahia, de um complexo de R$ 100 milhões para produzir plataformas.

E no cliente – O novo complexo industrial planejado pela GDK visa ampliar a oferta de serviços à indústria petroquímica e, principalmente, à sua principal freguesa, a própria Petrobrás.

Afinidades baianas – Dias depois de protestar contra a ação da Polícia Federal na Daslu, de sua amiga Eliana Tranchesi, ACM voltou à tribuna do Senado para criticar a prisão do ex-prefeito da Paraíba, Cícero Lucena. Ele é acusado de favorecer a Coesa, empresa do grupo baiano OAS.

Conforme a pressão – Se Delcídio Amaral irritou seus pares petistas ao dizer que acredita no mensalão, contrariou ainda mais a oposição ao recuar depois. E já ganhou apelido maldoso: "Senador iô-iô".

No lugar errado – Frase de um petista sobre o novo comando do partido: "Botaram um Genro para cuidar da casa da sogra. Não funciona".

Tiroteio

* Do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sobre as movimentações financeiras envolvendo Marcos Valério, Delúbio Soares e vários parlamentares:

– Isso é o que podemos chamar de orçamento participativo, bandeira histórica do PT.

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