O impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não é a prioridade dos que pretendem ir às ruas no domingo (15) nos protestos contra o governo − em Curitiba, o evento começará às 14 horas, na Praça Santos Andrade. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, feita de 9 a 11 de março em São Paulo, Porto Alegre e Recife, o que mais motiva os manifestantes é o pedido pelo fim da corrupção, seguido por melhorias na saúde pública. A cassação é apenas o 14.º mais votado entre 18 itens.
Veja em quais cidades do Paraná estão previstos atos contra o governo neste domingo:
Apucarana, Arapongas, Assaí, Cascavel, Castro, Cianorte, Curitiba, Dois Vizinhos, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Maringá, Paranaguá, Pato Branco, Pitanga, Ponta Grossa, União da Vitória e Umuarama.
Cobertura
A Gazeta do Povo fará a cobertura em tempo real dos atos no domingo, que poderá ser acompanhada pelo site www.gazetadopovo.com.br .
Outros motivos citados pelos entrevistados são, na ordem, falta de segurança, aumento das passagens, inflação, melhorias na educação e aumento do desemprego. “A corrupção, se pegar o histórico, sempre foi uma preocupação mais visível nas classes A e B. Agora são todas as classes sociais”, diz o diretor do Ipsos, Dorival Mata-Machado.
Entre os ouvidos, 24% consideram a possibilidade de ir às ruas no domingo. Além disso, as manifestações são aprovadas por 65% dos entrevistados. “O discurso da presidente em rede nacional, e tudo que se gerou no discurso, teve um impacto muito grande. Os argumentos não foram aceitos e a forma como isso repercutiu, ou foi repercutida, aumentou a discussão sobre os protestos”, analisa Mata-Machado.
No discurso do último domingo (8), em homenagem ao Dia da Mulher, a presidente explicou o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica liderada por Joaquim Levy, mas, segundo a pesquisa, não conseguiu convencer. Somente 18% dos entrevistados acreditam que a inflação é um fenômeno temporário e 84% não acreditam que o governo esteja fazendo ajustes necessários. Além disso, a alegação de que a crise atual se deve à crise internacional não é aceita por 73% dos entrevistados.