Ex-diretores do Banestado são condenados
Quatro ex-diretores do Banestado e quatro ex-funcionários de outras duas empresas que mantinham negócios com o banco foram condenados ontem pela 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba pela prática de crime financeiro envolvendo a negociação de títulos públicos "podres" de Santa Catarina e Alagoas.
A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal com base nas investigações da CPI dos Precatórios, do Senado, e em processos administrativos do Banco Central. A Banestado Corretora, a Divalpar e a Essex realizaram transações com os títulos nos anos de 1997 e 1998, mesmo tendo a CPI revelado irregularidades nos papéis.
A Banestado Corretora concedeu empréstimos à Divalpar e à Essex recebendo como garantia os títulos. As operações foram consideradas como temerárias e, ao final, os prejuízos decorrentes, de R$ 64,5 milhões, ficaram com a corretora. Da Banestado Corretora, foram condenados Carlos Antônio Valente de Castro, Paulo Roberto Gonçalves da Silva, Rodrigo Pereira Gomes Júnior e Raul Felix. Também foram condenados Antônio Wady Debes e João Geraldo Budziak (ex-funcionários da Essex), e Ademir Guimarães Adur e Ricardo da Costa Moraes (da Divalpar). Todos poderão entrar com recurso.
Brasília A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar hoje o projeto de resolução que acaba com a multa mensal de R$ 5 milhões aplicada pela União ao Paraná. O relator da proposta, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), disse ontem que o relatório está pronto e que soluciona o problema.
A votação da resolução não está na pauta oficial da comissão. Mas a expectativa é de que ela seja encaixada por ordem extraordinária do presidente da CAE, Aloizio Mercadante (PT-SP). "Vou tentar convencer o Mercadante de que o projeto precisa ser votado logo", afirmou Raupp.
A multa é imposta pela Secretaria do Tesouro Nacional devido ao descumprimento, da parte do governo do estado, do acordo de compra de R$ 456 milhões (valores de 2002, não-atualizados) em títulos públicos pelo Paraná junto ao banco Itaú. Os títulos, considerados "podres", estavam na carteira do Banestado, comprado em 2000 pelo Itaú. A negociação fez parte do processo de saneamento e privatização do Banestado.
O contrato foi regulamentado por um projeto de resolução do Senado, de 1998. Se aprovada, a nova resolução, de autoria de Romero Jucá (PMDB-RR) e relatada por Raupp, altera a resolução anterior, deixando entendido que o Paraná cumpriu o negócio ao adquirir os títulos para sanear o Banestado, mesmo deixando de pagá-los ao Itaú.
Segundo a tese da procuradora-geral do Paraná, Jozélia Broliani, só isso já é suficiente para que o estado deixe de ser multado. "Depois de tanto tempo, estou confiante de que a solução está finalmente encaminhada", afirmou.
Jozélia chegou ontem a Brasília para acompanhar a sessão de hoje da CAE. O projeto tramita há dois meses na comissão e, depois de aprovado, precisa ser votado novamente pelo plenário do Senado.
A CAE tem 16 membros e, entre eles, apenas Osmar Dias (PDT) é do Paraná. "Vou votar e fazer força para a aprovação", disse Osmar. O pedetista acredita que, com o apoio do governo federal, a projeto tem tudo para ser aprovado na comissão. A maior dificuldade, segundo ele, será no plenário do Senado, após passar pela CAE.
Osmar passou o dia de ontem tentando entrar em contato com Mercadante para pedir que o projeto fosse levado à votação. Caso isso ocorra, há três caminhos que a resolução pode tomar. O primeiro é que ela seja votada e, conseqüentemente, aprovada ou rejeitada. Depois, algum senador pode pedir para avaliar o conteúdo da resolução, o que adiaria a decisão para a próxima terça-feira. A terceira possibilidade é que algum senador questione a constitucionalidade do projeto. Com isso, o relatório seria encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que tem um mês para dar um parecer.
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