A queda da verticalização acelerou as definições de alianças políticas no Paraná e deixou o caminho livre para os partidos se juntarem como quiserem. O fim da exigência da repetição das alianças nacionais nos estados vai facilitar as composições para todos os partidos, especialmente para a oposição, que articula um bloco de apoio à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do estado.
Mesmo antes da aprovação final da derrubada da regra pela Câmara dos Deputados, prevista para a próxima semana, os partidos começam a definir nomes e alianças. "A partir de agora temos candidato ao governo do estado. Acabou essa história de depender dos outros, de alianças nacionais para lançar o Osmar", comemorou o presidente estadual do PFL, Abelardo Lupion.
A verticalização sempre foi tida como um complicador para a candidatura de Osmar Dias, que poderia ficar impedido de fazer aliança com outros partidos que tivessem candidato próprio à Presidência da República. "Podemos voltar a conversar tudo o que estava sendo costurado há meses atrás porque agora é possível" , disse o presidente do PSDB do Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni. "Nós teremos candidato e vai sair do entendimento do Alvaro (Dias) e do Osmar", emendou.
O presidente estadual do PMDB, deputado estadual Dobrandino da Silva, concorda que o fim da verticalização facilita a articulação dos adversários, mas o governador Roberto Requião (PMDB) também vai sair lucrando. "Não acho que beneficia este ou aquele candidato. Como eles podem fazer um bloco para apoiar alguém da oposição, também podemos formar uma aliança forte para apoiar Requião", comparou.
Para alguns pré-candidatos, a mudança não deve provocar grandes alterações na política de alianças. O PPS de Rubens Bueno já trabalhava com a hipótese de disputar sozinho. "Não muda nada. Estamos em busca de uma aliança mínima para um plano de governo que mude uma geração", disse Bueno.
Na avaliação do presidente estadual do PT, André Vargas, o fim da verticalização favorece a candidatura de Osmar Dias e melhora a situação de Rubens Bueno. "Mas para nós continua o mesmo quadro. O PT já segue todas as alianças nacionais. Vamos com a candidatura própria de Flávio Arns e nos aliar só com aqueles que apoiarem o Lula", adiantou.
Para os partidos que não vão disputar a sucessão presidencial, como PL, PSB, PP e PTB, a mudança deve apenas apressar a definição de apoio. Segundo o presidente estadual do PP, deputado federal Dilceu Sperafico, a legenda tem "grande simpatia" pela candidatura de Osmar Dias, mas o quadro ainda está indefinido. "Precisamos saber quem é candidato. Hoje ninguém sabe se é o Alvaro ou o Osmar", argumentou.
O senador Alvaro Dias assegurou ontem que seu "desejo pessoal" é concorrer a reeleição porque está preferindo contribuir em Brasília e fazer política nacional. "Mas como nada é definitivo, tudo depende do interesse partidário", disse.
Para o senador, a idéia de formar uma frente de oposição no Paraná é "superada" e não faz sentido nesse momento do país, uma vez que "o que vale é a postura do homem público e não um número maior ou menor de siglas reunidas". Ele continua defendendo que a escolha do nome do candidato do grupo seja feita através de pesquisas eleitorais.
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