• Carregando...

O fiscal do Ibama Ivilson Pedro Muller, de 55 anos, deu um tiro no próprio peito, dentro de sua casa, em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira, ao perceber que seria preso pela Polícia Federal. Ao chegarem ao local, os agentes chamaram Ivilson pelo nome. Ele apareceu na janela do quarto e disse que desceria para abrir a porta da residência para os policiais, mas entrou e deu um tiro no próprio peito, com sua arma funcional de fiscal do Ibama, um revólver calibre 32. Ivilson foi encontrado pelos agentes federais deitado sobre sua cama, com a arma ao lado. Ele foi levado para o Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, onde permanece internado. Segundo informações da Secretaria estadual de Saúde, ele não corre risco de morte e, se for permitido pela Polícia Federal, poderá ser transferido para um hospital particular.

Na manhã desta quarta, a PF deflagrou uma operação para cumprir mandados de prisão no Rio e em Niterói. Além do fiscal baleado, mais duas pessoas foram presas logo no início da manhã em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, e na Taquara, em Jacarepaguá. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que seus agentes cumprem 29 mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de São João de Meriti, a pedido do Ministério Público Federal. A ação é mais um desdobramento da Operação Euterpe, ocorrida em agosto passado. O fiscal Ivilson Muller já havia sido preso nesta operação, mas foi liberado logo depois.

O MP ofereceu denúncia contra os membros da quadrilha desarticulada pela Operação Euterpe pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, pesca ilegal e outras modalidades de crime ambiental. Coordenada pelo delegado de PF Alexandre Saraiva, a Operação Euterpe foi desencadeada em 30 de agosto deste ano, com o objetivo de prender membros de uma quadrilha formada por empresários e servidores do Ibama, que atuavam na área de fiscalização do instituto, no Estado do Rio de Janeiro.

Os servidores públicos federais envolvidos, responsáveis pela fiscalização do Ibama, extorquiam empresários do ramo imobiliário, comercial e industrial, em troca da emissão de pareceres técnicos favoráveis a seus respectivos empreendimentos, quase sempre localizados em áreas de proteção ambiental. Outra vertente da atuação da quadrilha era o recebimento de propina relacionada à pesca da sardinha, que era realizada no período do defeso – época de procriação da espécie.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]