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Algumas ações da presidente Dilma, como o retorno da CPMF, não têm respaldo nem mesmo na base alida. | Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Algumas ações da presidente Dilma, como o retorno da CPMF, não têm respaldo nem mesmo na base alida.| Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados têm adotado um discurso semelhante ao serem questionados sobre o apelo do Planalto para votação de medidas que mexem na economia.

Eles alegam que, sem apoio integral na própria base aliada, o Planalto não tem condições de pedir colaboração de oposicionistas. A tese é quase unânime dentre os oposicionistas e deve dificultar a vida do governo no Legislativo.

O argumento ganhou corpo logo após a recente passagem da presidente Dilma pelo Congresso. A petista estabeleceu o retorno da CPMF e a reforma da previdência social como prioridades para o Executivo em 2016 e pediu o apoio para aprovar as matérias. Ao fim da cerimônia, oposicionistas aproveitaram para lembrar que as duas propostas, em especial a mudança em regras da aposentadoria, não encontram total respaldo nem entre aliados.

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No dia seguinte ao discurso de Dilma, a oposição na Câmara recebeu ajuda de aliados para modificar a Medida Provisória 692, que aumentava o imposto sobre ganhos de capital. As alterações aprovadas foram tão grandes que reduziram para a metade a previsão inicial de arrecadação.

“Nós não temos compromisso com as medidas provisórias. Quem tem é seu partido, a sua base, que está completamente fragmentada”, disse o novo líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a oposição não pode ser responsabilizada pelas consequências das derrotas do Planalto no Congresso.

“A oposição fiscaliza e faz as críticas. Se ela [Dilma] não tem competência para formar uma maioria, não é a gente que vai ajudar”, afirma.

Contramão

Na contramão das declarações dadas por membros da bancada da oposição, o novo líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o partido errou no ano passado ao apoiar medidas que traziam impacto negativo para as contas públicas. “Cometemos algumas extravagâncias no ano passado”, admitiu ele ao jornal.

Embora mantenha a posição a favor do impeachment da presidente Dilma, o novo líder afirmou que este ano o partido deve colaborar com medidas do pacote fiscal. “Não faremos nada para sabotar o ajuste. Vamos facilitar o que for necessário para revigorar a economia, com a condição de não apoiar a criação de novos impostos, como a CPMF”, ponderou ele, à Folha de S.Paulo.

A sinalização do novo líder, contudo, não está afinada dentro do PSDB. Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a oposição não pode ser responsabilizada pelas consequências das derrotas do Planalto no Congresso Nacional. “A oposição não tem esse tipo de responsabilidade. Parlamento nenhum do mundo. A oposição fiscaliza e faz as críticas. Se ela não tem competência para formar uma maioria, não é a gente que vai ajudar”, afirmou ele, em entrevista à Gazeta do Povo.

Para o paranaense, o governo federal hoje não seria capaz de melhorar os números da economia, independente das medidas aprovadas. “Precisamos derrubar o governo. Não existe outra possibilidade. O povo não está pedindo reforma. O povo está querendo a saída dela”, disse ele.

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