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O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, que deve receber a maioria dos 151 vôos que serão retirados de Congonhas, mas a pista também apresenta problemas. Com 22 anos de uso, nunca foi reformada e a vida útil, que é de 20 anos, está vencida. Uma reportagem do jornal O Globo mostra que a pista principal tem fissuras e trincas em vários pontos, condições que podem se agravar ainda mais com o aumento das operações no aeroporto.

O alerta foi dado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Infraero, na reunião do Conselho de Aviação Civil (Conac), em que a Aeronáutica anunciou que boa parte dos vôos de Congonhas será transferida para Guarulhos.

Na segunda (30), o governo adiou o projeto de construção de um novo aeroporto em São Paulo, já que o novo terminal levaria até uma década para ficar pronto. O governo precisa de alternativas rápidas para reduzir o caos aéreo.

Ao ser avisado do novo problema, Jobim convocou o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e os presidentes da Anac, Milton Zuanazzi, e da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira (que deve deixar o cargo), para uma reunião nesta terça (31). A preocupação da Anac com a pista de Guarulhos é preventiva. Segundo um diretor da agência, apesar de o tamanho da pista (3.700 metros) ajudar nos pousos, as deformidades do asfalto podem furar os pneus dos aviões e comprometer a segurança dos passageiros.

Na reunião prevista para esta terça, Zuanazzi vai apresentar a Jobim relatório completo sobre as condições da pista de Guarulhos, inclusive com fotos mostrando os problemas: as trincas e fissuras.

O superintendente da Infraero na região Sudeste, responsável por Guarulhos, Edgard Brandão Júnior, confirmou que a pista tem problemas. Segundo ele, o tempo de vida útil de um pavimento é de 20 anos, e a pista do aeroporto de Cumbica tem 22 anos. Brandão disse que nesse período a pista nunca passou por uma reforma, apenas pequenos serviços de manutenção.

"A vida útil do pavimento está ultrapassada em dois anos, o que aumenta o desgaste das aeronaves e suas manutenções. A pista apresenta atualmente trincas e fissuras em todas sua extensão", disse Brandão. Ele explicou que a pista não tem problema de atritos, nem de drenagens e empoçamento de água, mas frisou a existências das fissuras.

Até agora, segundo ele, a Infraero vem fazendo operações tapa-buracos para contornar o problema, mas essa reforma tem que ser feita imediatamente. "A nossa proposta é o fechamento da pista (principal) e a reforma completa", defende Brandão.

Ele lembrou que a Anac faria uma audiência pública no dia 18 de julho para tratar desta questão, mas com o acidente com o avião da TAM em Congonhas, no dia 17, a reunião foi desmarcada. Para fazer a reforma completa seriam entre 90 e 100 dias, com as operações sendo transferidas para a pista secundária.

Já a Anac defende que as intervenções na pista principal de Cumbica sejam imediatas, mas realizadas à noite, sem a necessidade de paralisar as operações. Guarulhos conta com duas pistas, a principal e uma secundária que tem três mil metros. Parte dos movimentos poderão ser desviados para esta pista, caso seja necessário reduzir os pousos na principal. "O governo terá que decidir se vai fazer a reforma agora, o que reduzirá o número de vôos em Guarulhos", disse o brigadeiro José Carlos Pereira.

Nesta segunda-feira, primeiro dia de transferência de 50 vôos de Congonhas para Cumbica, os passageiros enfrentaram filas de todo o tipo, o que mostra que a infraestrutura do aeroporto pode ficar comprometida quando começarem a chegar mais vôos.

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