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A sorte não parece estar do lado dos técnicos e engenheiros que preparam o lançamento do foguete de sondagem VSB-30, em Alcântara, no Maranhão. Excesso de ventos mais uma vez impediu o lançamento nesta quarta-feira (18) e agora só resta um dia na janela prevista pelos coordenadores da operação para a realização do procedimento.

A próxima tentativa de vôo deve ser feita na quinta-feira (19). O vôo estava planejado originalmente para acontecer no dia 11, mas foi adiado por dias sucessivos pelo excesso de ventos.

O foguete deve ir ao espaço levando nove experimentos brasileiros, um deles em parceria com uma universidade alemã.

As experiências foram recrutadas pelo Programa Microgravidade, que tem por meta fomentar a realização de pesquisas em ambiente de aparente ausência de peso. Alguns dos estudos selecionados são continuações dos que foram conduzidos pelo astronauta Marcos Pontes na Estação Espacial Internacional (ISS), em 2006.

A missão é a quarta de um veículo da série VSB-30 -- o maior trunfo do setor de foguetes do programa espacial brasileiro depois do trágico acidente com o terceiro protótipo do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), em agosto de 2003. O primeiro vôo de um VSB-30 foi realizado em 2004, de Alcântara, praticamente um ano depois da catástrofe que matou 21 técnicos e engenheiros brasileiros. Em seguida, foram realizados dois lançamentos na Europa, em 2005 e 2006.

O foguete

Embora seja bem menor e mais simples que o VLS-1, o VSB-30 também não é um "foguetinho" de se desprezar. Com seus 12 metros de comprimento e dois estágios (grosso modo, dois andares), ele é capaz de atingir entre 250 e 280 km de altitude.

Não é muito diferente de onde costuma ficar a Estação Espacial Internacional, que orbita a Terra a uma altitude de cerca de 350 km. A diferença é que a ISS está a uma velocidade muito maior (cerca de 28.000 km/h) e é isso que o foguete de sondagem não consegue fazer. A velocidade máxima do VSB-30 é de cerca de 7.000 km/h. Nessa balada, nada consegue entrar em órbita. O resultado é que os experimentos vão ao espaço e voltam em seguida, fazendo um vôo parabólico num perfil denominado "suborbital".

Numa missão assim, os experimentos, localizados na porção superior do foguete, passam aproximadamente seis minutos em situação de microgravidade. Mas, para muitos propósitos, é o suficiente. Depois do vôo, carga útil cai no mar, onde é resgatada e analisada pelos cientistas.

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