De homem mais poderoso da Câmara a deputado afastado do mandato, a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também pode ser representada em valores. Nos 17 meses em que ocupou o comando da Câmara – nos dois últimos ele já estava afastado –, o peemedebista custava aos cofres públicos pelo menos R$ 570 mil por mês.
O valor incluía os custos inerentes ao mandato, como salário e as cotas para gastos parlamentares e contratação de assessores, além de segurança pessoal, motoristas, alimentação, serviço de copa e cozinha, água, luz e telefone para a residência oficial.
A queda do “custo Cunha” começou em 5 de maio, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) afastou por unanimidade do cargo e do mandato sob o argumento de que ele usava essas funções para atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A partir dessa data, Cunha perdeu o chamado “cotão”, verba mensal de R$ 35,7 mil usada para reembolso de gastos com alimentação, passagens aéreas e aluguel de escritório, entre outros.
A renúncia à presidência da Câmara levou agora a Mesa Diretora a decidir, nesta quinta-feira (21), direcionar a Cunha o uso de um apartamento funcional, já que ele tem até 6 de agosto para desocupar a residência oficial da presidência da Câmara. Cunha já avisou que deverá fazer a mudança até o fim de semana.
“Acho que é correto porque ele tem mandato. Outros deputados que também estão afastados mantêm a residência. Enquanto ele for deputado, a decisão é correta”, defendeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Com isso, agora o “custo Cunha” cai para pelo menos R$ 125 mil ao mês, valor que engloba apenas o seu salário (R$ 33,7 mil) e a verba para manter seu gabinete parlamentar (R$ 92 mil). Ele manterá ainda alguns outros benefícios, como assinatura de jornais e revistas e o reembolso para despesas médicas.
O plenário da Câmara deve votar em agosto o processo de cassação de Cunha. Para que ele perca o mandato é preciso o voto de pelo menos 257 de seus 512 colegas.
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