Nesta semana, os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, iniciam nova fase em suas campanhas eleitorais.
Sem dispor dos palanques proporcionados por seus antigos cargos públicos, que deixaram na semana passada, o ex-governador e a ex-ministra definem nova estratégia participando de compromissos "solo". Precisarão, no entanto, manter a discrição que a lei determina.
Pelo calendário eleitoral deste ano, a campanha oficial para as eleições de outubro começa em 6 de julho, depois das convenções partidárias marcadas para junho.
Dilma dá a largada nesta segunda-feira participando de convenção nacional do Partido da República (PR), que oficializa em Brasília o apoio a sua candidatura. No evento, o senador Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, vai ser empossado como presidente nacional do partido.
Também em Brasília, ela participa na quinta-feira do congresso do PCdoB, quando recebe a adesão oficial da legenda.
Serra, que passou os últimos meses em silêncio sobre sua candidatura, chegando a gerar dúvidas sobre suas reais intenções políticas, tem seu nome lançado em grande evento no sábado também em Brasília. Ao PSDB, se juntam no lançamento os aliados DEM e PPS.
O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que deixou o cargo na quarta-feira para concorrer, em princípio, ao Senado, já confirmou presença ao lado de Serra. Depois, o mineiro deve viajar ao exterior e, na volta, pretende se engajar na campanha de Serra, que ainda não informou outros compromissos de campanha além do lançamento.
Existe a hipótese de Dilma participar de evento no sábado como forma de não deixar Serra ocupar todos os espaços. A assessoria da petista, no entanto, ainda não confirma a informação.
Em fevereiro, o lançamento da pré-candidatura de Dilma, realizado no Congresso Nacional do PT, recebeu forte destaque, amplificado pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que sua prioridade este ano é eleger a ex-ministra escolhida por ele para disputar sua sucessão.
Os dois outros postulantes, a senadora Marina Silva (PV) e o deputado Ciro Gomes (PSB) não precisaram, pela legislação, deixar seus mandatos. Marina vem viajando pelo país e nesta segunda-feira cumpre agenda no ABC paulista. Ciro não tem divulgado sua agenda.
Pesquisa Vox Populi, divulgada no sábado e encomendada pela Rede Bandeirantes, mostrou empate técnico entre Serra e Dilma. Ele tem 34 por cento das intenções de voto e ela 31 por cento, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Ciro Gomes ficou em terceiro lugar com 10 por cento e Marina Silva, com 5 por cento.
Na última sondagem realizada pelo Datafolha, divulgada dia 27 de março, Serra havia ampliado sua vantagem sobre Dilma, chegando a nove pontos.