Com algumas centenas de pessoas, a manifestação contra o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) em Curitiba ocupou as escadarias do prédio central da UFPR e parte da Praça Santos Andrade neste domingo (14) e seguiu pelas ruas do Centro até o prédio do IPHAN, no Juvevê, ocupado por artistas desde a última sexta-feira, em protesto contra a extinção do MinC (Ministério da Cultura).
Marcado pelo Facebook na última sexta-feira, o ato começou nos moldes antigos, às 16h. Sem microfones, o discurso era repetido pelos presentes, para que todos pudessem escutar. Alguns megafones também foram disponibilizados a quem quisesse falar.
O tom era de repúdio às primeiras medidas de Temer, resumidas pela formação de seu ministério, composto por alguns investigados pela Lava Jato e sem nenhuma mulher. Os manifestantes protestaram também pelo retorno da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) – a defesa da democracia e a saída de Temer foram falas frequentes dos presentes, além de cartazes e faixas.
Os organizadores afirmam que, por ter sido um evento marcado a toque de caixa, ficaram satisfeitos com a participação popular. “Isso foi apenas o começo. Foi uma manifestação de bastante pluralidade, com pessoas bastante diferentes contribuindo”, avaliou o estudante de Direito Thiago Régis, um dos nomes à frente do ato. Após o encontro e discursos em frente à UFPR, os manifestantes seguiram, por volta das 17h, pelas ruas do centro até o IPHAN, onde haveria apresentações artísticas.
Super Moro
Quase ao mesmo tempo, mas com menos participantes, movimentos pró-impeachment se reuniram na Boca Maldita para pedir garantias da continuidade da Operação Lava Jato. Grupos locais, como o Curitiba contra a Corrupção, receberam representantes de outros estados, como Santa Catarina, São Paulo, Alagoas e Ceará. Esse último estado, inclusive, emprestou ao protesto curitibano um boneco inflável gigante do juiz Sergio Moro, caracterizado como Super-Homem, segurando uma cobra na mão. O “Super Moro”, além de um carro de som, tentavam atrair mais participantes ao local.
“Não estamos apenas ‘no pé’ do PT. Estamos de olho no Temer, que também está investigado. Mas queremos garantir que a Dilma não volte e o apoio irrestrito do novo governo à Lava Jato”, afirmou Daniel de Almeida, do MBR (Movimento Brasil) de Ribeirão Preto (SP).
Por que a direita brasileira vê na eleição de Trump um impulso para o seu plano em 2026
Bolsonaro prevê desafios para Lula, seja com vitória de Trump ou Kamala; assista ao Entrelinhas
Trump e Kamala empatam na primeira urna apurada nas eleições dos EUA
As eleições nos EUA e o antiamericanismo esquerdista