O presidente da Câmara de Apucarana (a 65 km de Maringá), Alcides Ramos Júnior (DEM) renunciou ao mandato de vereador neste sábado (1º). O parlamentar é considerado foragido pela polícia, após a Justiça pedir sua prisão por suspeita de irregularidades administrativas na Casa.
O pedido apresentado de desligamento das funções da Câmara foi apresentado durante uma sessão extraordinária dos parlamentares. Os vereadores votavam um projeto de emenda suplementar de orçamento quando receberam a carta de Júnior por meio de seus representantes jurídicos.
A presidência da Casa já foi remanejada. O então vice-presidente, Valdir Frias (PTB) assumiu o cargo deixado por Júnior. A sessão, após o anúncio, ocorreu normalmente, segundo o vereador Aldivino Marques da Cruz Neto (PSC).
"Nós iríamos fazer uma reunião na segunda-feira [3] para solicitar o afastamento dele [Junior] durante as investigações, mas, como ele renunciou, esta medida não será necessária. O que pretendemos agora é debater a criação de uma Lei para que possamos ter acesso à parte das finanças de maneira mais detalhada e podermos fiscalizar com maior rigor o uso dos recursos", disse Neto.
A reportagem tentou entrar em contato com o ex-presidente da Câmara, Alcides Ramos Júnior (DEM), pelo celular, mas todas as ligações caíram na caixa postal.
Irregularidades
Durante uma operação realizada na cidade na manhã desta sexta-feira (30), dois funcionários da Casa, ligados à presidência, foram presos acusados de improbidade administrativa. Ao todo, 15 pessoas foram indiciadas por envolvimentos em irregularidades.
De acordo com as primeiras informações do MP, os três pedidos de prisão são resultado de uma operação de busca e apreensão realizada no prédio da Câmara em outubro.
A denúncia era sobre irregularidades no pagamento de serviços. Documentos e computadores foram apreendidos. O MP também investigava denúncias de desvio de equipamentos para o comitê de campanha de reeleição para vereador do presidente da Casa e a suspeita de superfaturamento no pagamento de produtos e serviços.
A reportagem apurou que entre os produtos superfaturados estariam itens como café e pão, entregues à Câmara supostamente em quantidade inferior à descrita nas notas fiscais. Peças de carros compradas com recursos do município teriam sido supostamente desviadas para veículos de particulares, e até mesmo a tinta comprada pela Câmara dos Vereadores teria sido supostamente utilizada por Ramos Júnior na pintura de seu gabinete de campanha.
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