Mário Goes, um dos investigados na operação Lava Jato que teve a prisão preventiva decretada na última quinta-feira, se entregou ontem na sede da Polícia Federal em Curitiba. Quarto preso desta fase da operação, ele era considerado foragido. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Goes, assim como o doleiro Alberto Youssef e o empresário Fernando Baiano, Mário Goes atuava como operador do esquema de corrupção na Petrobras, recolhendo propina de empreiteiras e ocultando a origem dos recursos.
O nome de Mário Goes apareceu em depoimentos da delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e em declarações de Cíntia Provesi Francisco, ex-funcionária da empresa de tanques de combustíveis Arxo Industrial. Os sócios da Arxo foram presos sob acusação de pagar propina para fechar vendas da BR Aviation, divisão da Petrobras que atua no abastecimento de aeronaves. Cíntia revelou que Goes recebeu valores em espécie na sede da empresa em troca da garantia de contratos com a estatal.
Segundo Barusco, o operador atuava em nome de pelo menos nove empresas que mantinham contratos com a Petrobras. Segundo denúncia do MPF, ambos se encontravam periodicamente para que o operador do esquema entregasse ao ex-gerente da estatal "mochilas" com grandes quantidades de dinheiro que variavam de R$ 300 a R$ 400 mil. As transferências, conforme depoimento de Barusco, também ocorriam entre contas bancárias no exterior.
Os encontros com o ex-diretor da estatal serviam ainda, segundo a denúncia, para "que pudesse ser realizado o que Barusco designou como 'encontro de contas', ou seja, a conferência, 'contrato a contrato', dos pagamentos de propinas feitos e pendentes". Com o dinheiro ilegal, Goes teria comprado um avião particular que está registrado em nome de sua empresa, a Riomarine Óleo e Gás.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Goes.
Valores
A Polícia Federal informou neste sábado ter apreendido o equivalente a R$ 3,18 milhões em diferentes moedas durante a 9ª fase da Operação Lava-Jato. Grande parte do dinheiro foi encontrado na empresa Arxo, que tem sede em Balneário Piçarras e fábrica em Itajaí, ambos municípios de Santa Catarina. A PF apreendeu ainda 500 relógios de luxo nas instalações da empresa.
De acordo com o advogado da empresa, Carlos Zimmerman, os relógios são de coleção pessoal de um dos sócios da Arxo e o dinheiro lá encontrado seria parte de pró-labore de um dos sócios, para pagamentos de despesas operacionais e também da reforma de um apartamento dele.
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast
Crítico de Moraes e Lula e ex-desafeto de Trump: quem é Marco Rubio, o novo secretário de Estado dos EUA
Deixe sua opinião