Começou pouco antes do meio-dia a reunião das centrais sindicais com os ministros Luiz Marinho, do Trabalho, Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, e Carlos Gabas, interino da Previdência, para tratar do reajuste do salário-mínimo e da correção da tabela do imposto de renda. Ao chegar para a reunião, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que as centrais não vão ceder mais na proposta de reajuste do salário-mínimo e da tabela do imposto de renda.
- No palavreado sindical, já abrimos as pernas - afirmou o sindicalista.
Segundo Paulinho, em um ano eleitoral interessa ao governo fechar um acordo com as centrais sindicais.
- Está fácil para o governo fazer acordo conosco. É bom para o governo num ano eleitoral, para quem disse que ia dobrar o salário-mínimo e não vai dobrar. Vai apanhar, mas vai apanhar menos - afirmou o sindicalista, acrescentando que o governo não pode pensar só na questão econômica, devendo considerar também o aspecto político.
O governo vai começar a negociação com uma proposta de reajuste de R$ 300 para R$ 350 a partir de maio e correção da tabela do imposto de renda em 7%. Ontem, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, conversou com algumas centrais e pediu prazo de pelo menos dez dias para tratar da correção da tabela. Os sindicalistas propõem uma correção de 10%, mas não descartam um índice mínimo de 8,6% para evitar que os trabalhadores que tiveram reajuste nesse percentual paguem mais imposto. Quanto ao salário-mínimo, os sindicalistas insistem no reajuste de R$ 350 em março.
O relator do orçamento, deputado Carlito Merrss (PT-SC), também está participando da reunião. Ele disse que trabalha com a proposta do governo e que há pressa na definição do mínimo e da tabela do IR para fechar logo os números do orçamento.
- É importante ter uma decisão hoje. Eu, como relator do orçamento, preciso dos números para
saber com quanto vou contar para atender outras áreas - afirmou.
A reunião das centrais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava prevista para as 16h, não está na agenda presidencial e depende de um acordo das centrais na reunião com os ministros. Ontem, Lula ficou até 22h40m no Palácio do Planalto para tratar do salário-mínimo. Ele se reuniu com os ministros Luiz Marinho, Luiz Dulci e Dilma Rousseff, da Casa Civil.
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