O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB) vai começar a discussão sobre o salário mínimo regional na próxima segunda-feira. As primeiras entidades que terão espaço durante a sessão no plenário são a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Força Sindical.
De acordo com Hermas, a proposta só deverá ser votada depois de apresentadas as posições das entidades patronais e trabalhistas. "A Assembléia é uma casa democrática e vai abrir espaço para que todos os setores discutam e opinem sobre este diferencial, evitando assim que a implantação seja feita de forma impositiva", disse.
A Fiep deve apresentar à Assembléia um estudo sobre o impacto econômico que as empresas sofrerão caso seja implantado o salário mínimo regional. O projeto de lei, de autoria do governo do estado, estabelece um teto estadual de R$ 437,50.
Ontem 20 lideranças de entidades sindicais patronais ligadas à indústria se reuniram com Hermas Brandão, para pedir a rejeição ao projeto proposto pelo governador Roberto Requião. Segundo os representantes da indústria, a lei, caso seja aprovada, pode trazer "graves conseqüências sociais" para o estado, como o aumento do desemprego e da informalidade.
O piso estadual proposto pelo Executivo é 45,6% mais alto do que o atual mínimo nacional, que será reajustado em cerca de 16%. Segundo os empresários, o porcentual é três vezes maior do que o acumulado pelos principais índices utilizados para corrigir contratos.
A Fiep defende que a livre negociação entre empregadores e empregados, por meio dos sindicatos, é a melhor forma de estabelecer a remuneração para o trabalhador do setor industrial. De acordo com a federação, dezenas de setores industriais têm data base em maio, e o estabelecimento do salário mínimo regional vai criar "embaraço" para as negociações e dificultar os acordos coletivos.
Impacto
O presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), o economista Sérgio Hardy, criticou ontem a polêmica criada em torno da proposta de criação do salário mínimo regional. "As manifestações que alardeiam o desemprego e o fechamento de empresas não encontram respaldo nas experiências e nos dados das economias que já adotaram o piso regional", disse.
Segundo ele, o mínimo proposto por Requião vai trazer benefícios para a economia paranaense. "Em 2001, os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul adotaram a medida e não há registro e divulgação de crescimento do desemprego e de falência."
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