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Integrantes da força-tarefa da Lava Jato deram detalhes sobre a 27.ª fase da operação, deflagrada nesta sexta-feira (1.º). Batizada de Operação Carbono 14, a nova etapa da investigação apura a destinação de um empréstimo fraudulento que teria como destino o empresário paulista Ronan Maria Pinto, acusado de chantagear petistas para não revelar detalhes do esquema de corrupção na prefeitura de Santo André (SP) durante a gestão do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002. Assista à entrevista coletiva no vídeo ou acompanhe a descrição do que integrantes da força-tarefa falaram.

Fim da coletiva

Acaba agora a coletiva da PF sobre a 27ª fase da Lava Jato.

Ligação de José Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil teria telefonado ao dono do banco Schahin na época em que o empréstimo de R$ 12 milhões foi solicitado por Bumlai para tratar de banalidades. Mas, segundo depoimento de Salim Schahin, não havia razão para o telefonema. Na interpretação do banqueiro, o telefonema de Dirceu foi uma sinalização da Casa Civil de que o empréstimo deveria ser concedido e que o banco seria posteriormente agraciado com benesses do governo federal.

Carbono 14

Devido à repetição de personagens, como Marcos Valério, João Carlos Bumlai, Delúbio Soares, entre outros, a PF aponta que pode haver uma ligação entre os esquemas de corrupção do Mensalão e da Lava Jato. O nome dessa fase, inclusive, tem a ver com métodos de datação de fósseis.
No entanto, o depoimento de Marcos Valério, já antigo, não constitui nenhum tipo de acordo de delação premiada e não houve depoimentos novos.

Retorno ao passado

Parte da investigação dessa fase usou o depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, em 2012, quando ele contou que o ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira, o teria procurado para contar que Lula e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho estariam sendo chantageados por Ronan.
No entanto, a PF destacou que o objeto da investigação, no âmbito da Lava Jato, é o crime federal de lavagem de dinheiro operacionalizado pelo banco Schahin. Demais desdobramentos referentes à Santo André e à investigação que tenta descobrir os mandantes do assassinato de Celso Daniel continuam sendo competência do Ministério Público de São Paulo.
Ronan também é suspeito de ter recebido o dinheiro para supostamente não revelar detalhes do esquema de corrupção de Santo André que teria culminado no assassinato de Celso Daniel.
A força-tarefa disse que tem algumas teses, mas nada conclusivo. Ronan Maria Pinto já tem uma condenação em primeira instância, em Santo André, por corrupção referente à gestão do prefeito Celso Daniel.

O pulo do gato

A grande pergunta que a PF agora tenta responder nessa fase da Lava Jato é porque Ronan Maria Pinto recebeu R$ 6 milhões fruto de empréstimo fraudulento feito em benefício do PT.
A outra metade do empréstimo de R$ 12 milhões, segundo depoimento de Bumlai à PF, teria sido usada para saldar dívidas de campanha do município de Campinas, entre 2002 e 2004.

Destino do dinheiro

A suspeita inicial da PF é de que R$ 6 milhões do empréstimo feito por Bumlai foram destinados ao empresário Ronan Maria Pinto, envolvido com o esquema de corrupção no setor de transportes da prefeitura de Santo André (SP).

Arestas do passado

Segundo a PF, a investigação dessa fase trata de fatos de 2004, cujos desdobramentos ainda se fazem presentes. A força-tarefa lembra que em 2012 Marcos Valério já havia feito referências ao empréstimo.

O caminho do dinheiro

De acordo com as investigações, Bumlai conseguiu um empréstimo junto ao banco Schahin. O empréstimo no valor de R$ 12 milhões nunca foi pago ao banco, o que resultou em um contrato com a Petrobrás em benefício do banco. A suspeita da PF é de que os R$ 12 milhões tenham sido utilizados para quitar dívidas do PT.

Início da coletiva

Começa agora a coletiva da Polícia Federal sobre a 27ª fase da Lava Jato, chamada de Carbono 14 - desdobramento da fase de novembro, que prendeu o pecuarista João Carlos Bumlai.
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