A SBM Offshore, fornecedora da Petrobras, confirmou nesta quarta-feira (11), em Amsterdã, que não participará das licitações realizadas pela Petrobras para contratos de aluguel de navios plataformas para as áreas de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, e Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.
Os contratos da SBM, de origem holandesa, com a Petrobras são alvo de investigação da Controladoria Geral da União e do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal desde que se tornou pública, em fevereiro, a denúncia de que a fornecedora teria pago US$ 139 milhões em propinas para fechar contratos com a Petrobras entre 2007 e 2011, feita por um ex-funcionário.
Há duas semanas, a SBM foi surpreendida com a declaração da presidente da petroleira, Graça Foster, em depoimento à CPI da Petrobras, de que a companhia brasileira havia decidido afastá-la das licitações para plataformas até o fim das investigações da CGU e do TCU.
Na ocasião, a SBM havia informado, na Holanda, que pediria esclarecimentos à Petrobras sobre o anúncio de Graça. A companhia brasileira é sua principal cliente no mundo. Em setembro, a SBM entregará à Petrobras o navio plataforma Cidade de Ilhabela, em construção desde 2012 no estaleiro Brasa, em Niterói. Outras duas plataformas serão entregues entre 2016 e 2016, conforme contrato fechado em 2013.
A denúncia do ex-funcionário, que se tornou pública em fevereiro, surgiu no contexto das investigações internas realizadas pela SBM em 2012 que detectaram "práticas comerciais impróprias" em dois países na África e em um país fora da África, não identificado pela empresa.
Ao ter seu nome envolvido na denúncia, a Petrobras também abriu uma auditoria interna para investigar o caso, que, ao chegar ao fim dos trabalhos, em abril, informou não ter descoberto qualquer irregularidade. Também em abril, a SBM confirmou ter pago US$ 139 milhões a seu ex-agente brasileiro, com quem rompeu o contrato em 2012, mas alega que os pagamentos foram resultado de trabalho efetivamente realizado, negando o pagamento de propina à Petrobras. As investigações da CGU, da PF e do TCU ainda estão em andamento.
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