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Porto Alegre - O Fórum Social Mundial começou ontem, em Porto Alegre (RS), com um viés eleitoral. O líder do MST, João Pedro Stédile, anunciou que os sem-terra e integrantes de outros movimentos sociais farão em 2010 campanha contra o possível candidato do PSDB à Pre­­sidência da República, o go­­vernador paulista José Serra. "Porque o Serra seria, simbolicamente, a volta neoliberalismo clássico, ia fortalecer o projeto dos americanos", justificou Stédile. Apesar disso, ele afirmou que os movimentos sociais não indicarão voto em nenhum ou­­tro candidato a presidente.

Stédile disse ainda que os movimentos sociais devem elaborar plataformas para discutir com os concorrentes ao Palácio do Planalto. "Os movimentos sociais sempre têm uma posição de autonomia em relação aos governos. Então, não precisamos baixar ordem para ninguém. Mas eu sinto que na militância dos movimentos sociais há uma unidade de que todo mundo é contra a volta (sic) do Serra, por tudo que ele representa da volta do projeto do Fernando Henrique (Cardoso, presidente do Brasil de 1995 a 2002). Mas cada um vai optar no quadro político para votar."

O coordenador do MST ainda disse que a derrota do neoliberalismo – evidenciada pela crise econômica internacional – não esgotou o papel do Fórum Social na busca de "outro mundo possível". Stédile apontou o imperialismo como o inimigo número um das esquerdas e dos movimentos sociais e defendeu a radicalização do Fórum como espaço de mobilização social. "Vamos abrir os olhos: não é porque derrotamos o neoliberalismo que podemos sair por aí soltando foguetes. O fórum não pode ser só espaço antineoliberal, precisa ser anti-imperialista", disse ele.

Stédile afirmou que apesar da crise financeira internacional, que pôs em xeque alguns pilares do modelo neoliberal, o mundo ainda vive sob a "hegemonia do capital", com maioria de governos de direita e domínio ideológico dos meios de comunicação. "Eles (capitalistas) vão adequando seus métodos, se apropriando de outros modelos. Eles eram contra o Estado, mas agora na crise usaram o Estado para salvar os caixas dos bancos e das empresas."

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