O deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), que na quarta-feira (13) toma posse como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária disse nesta segunda-feira (11) que continuará consultando o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), sobre as questões relativas ao Código Florestal. Ele fez a afirmação ao comentar o fato de Mendes Ribeiro ter sido desautorizado pela presidente da República a falar sobre o tema.

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Pereira considerou natural a postura do governo, uma vez que no momento cabe ao Congresso Nacional analisar os vetos e a Medida Provisória do novo texto do Código Florestal. Segundo ele, no momento em que houver impasse nas negociações com o governo, a porta de entrada das demandas será o ministro da Agricultura. "Vamos insistir para que ele faça a interlocução com o poder Executivo", diz o deputado.

A discussão dos vetos e das 32 modificações feita pela presidente Dilma Rousseff no texto do Código Florestal é um dos principais desafios do deputado no comando da FPA, que reúne cerca de 230 parlamentares. Ele disse que irá buscar o diálogo com o governo para um acordo em relação aos temas mais polêmicos embora na bancada existam parlamentares que defendem o enfrentamento com o governo, como o grupo que na semana passada entrou com mandato de segurança contra a MP no Supremo Tribunal Federal.

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Na opinião do deputado, nas negociações sobre o Código Floresta ainda é possível um "pacto da sustentabilidade", que consiga conciliar desenvolvimento e preservação. Ele afirmou que um dos pontos de consenso na bancada ruralista em relação ao texto do Palácio do Planalto diz respeito aos princípios listados no artigo 1º, "pois dão margem a interpretações subjetivas dos magistrados". Ele diz que a MP é dura e injusta com os médios produtores rurais, que perderão parte da área para fazer recomposição florestal.

Metas

Além das questões trabalhistas, como as denúncias de trabalho, e fundiárias, como restrição às compras de terras por estrangeiros e demarcações de reservas indígenas, uma das prioridades da gestão de Pereira na FPA será a questão do endividamento que se arrasta desde a crise agrícola de 2004 e 2005. Pereira afirmou que a situação geral da agricultura é boa, em função da recuperação dos preços, mas existem "bolhas de endividamento" que somam R$ 20 bilhões, decorrentes das compras de máquinas agrícolas. "O saldo existente hoje daria para compra de três máquinas", diz ele.