A fragmentação partidária recorde na Câmara dos Deputados gerou uma série de negociações entre as 28 legendas que saíram das urnas no dia 5 com pelo menos um deputado eleito. As conversas envolvem as possibilidades de fusões partidárias, quando dois partidos se juntam para criar uma nova legenda; incorporação, quando uma sigla passa a fazer parte de outra já existente; e a criação de blocos parlamentares.

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Em comum, o objetivo de se fortalecerem para a próxima legislatura e, assim, disputar os principais os principais postos, como a Mesa Diretora e as presidências das comissões temáticas.

Além disso, para o caso de fusão ou incorporação, o aumento da bancada é acompanhado pelo crescimento do tempo de TV e das cotas do Fundo Partidário.

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Nove partidos (PTN,PRP, PSDC, PRTB, PEN, PTdoB, PSL, PMN, PTC e PHS) considerados nanicos e que elegeram cinco ou menos deputados tentam se unir em torno de uma bancada com 24 parlamentares, a 8.º maior da Casa, à frente de legendas tradicionais como DEM (22), PDT (19) e PPS (10).

"As negociações estão superaquecidas. Independentemente do presidente que seja eleito estamos todos negociando", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do PHS, Eduardo Machado. "É importante para ter força administrativa, ter um papel nas atividades parlamentares. Estando num bloco maior começamos a ter vida política", afirmou o presidente do PRP, Ovasco Resende. O grupo se reuniu ontem em São Paulo e um novo encontro para bater o martelo será realizado na próxima semana.

Com uma bancada com 25 deputados federais, integrantes do PTB também têm buscado se articular com outras legendas, entre elas o PROS, que caiu de 20 para 11 deputados federais. "Estamos analisando as possibilidades. O PDT e o PHS também sinalizaram para uma conversa conosco", afirmou o presidente do PTB, Benito Gama.

PS40

Dentre as fusões, o processo mais avançado é a do PSB com o PPS. As conversas começaram antes mesmo de Eduardo Campos lançar sua candidatura a presidente da República, mas foram suspensas depois da morte do ex-governador, em agosto,e retomadas depois da derrota da ex-ministra Marina Silva no primeiro turno da eleição presidencial.

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Caso venham mesmo a se fundir, formariam a quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, atrás apenas de PT, PMDB e PSDB. O novo partido poderá manter o nome de PSB ou passar a se chamar PS40.

Outro caso que voltou à tona com os resultados das eleições é a fusão do PSDB com o DEM, cujas chances de ocorrerem são maiores se a presidente Dilma Rousseff (PT) for reeleita. Isso porque o DEM elegeu 22 deputados.

Em 1998, quando ainda se chamava PFL, foram 105 eleitos. Junto com o PSDB formariam a maior bancada da Casa, com 76 deputados. "Tudo vai depender do resultado da eleição para o Palácio do Planalto. Mas não dá para termos 28 partidos. É uma fragmentação excessiva", afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

Se Aécio Neves (PSDB) vencer o pleito, a expectativa é de que, sendo base aliada, a sigla consiga ganhar força nos próximos anos, o que descartaria a necessidade de união. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.