Durante depoimento nesta segunda-feira (7), Luiz Antônio de Souza, o principal delator da Operação Publicano, relatou que, logo após a eleição dos novos governadores, sempre há uma disputa dos auditores para ocupar os cargos mais importantes da Receita Estadual.
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Não teria sido diferente com o governador Beto Richa (PSDB). Márcio de Albuquerque Lima, por exemplo, teria conseguido o cargo de inspetor geral graças a influência de Luiz Abi Antoun, primo distante de Richa.
Os atuais deputados federais Fernando Francischini (SD) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) foram citados como alguns dos políticos que supostamente usaram de influência política para tentar colocar apadrinhados em alguns cargos.
“A Receita Estadual do Paraná virou ingerência política pura. É um apadrinhamento político efetivo. Haviam disputas para nomes de delegados locais, inclusive por parte do deputado Hauly e do deputado Francischini, que indicavam nomes diretamente ao senhor governador para que [estes indicados ]assumissem a delegacia local”, ressaltou o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira.
Hauly , que foi secretário da Fazenda durante o primeiro mandato de Beto Richa (PSDB), disse que, durante sua gestão como secretário, as indicações tiveram “natureza técnica e política”, mas nega que tenha havido qualquer disputa.
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Leia a matéria completaO advogado do deputado Fernando Francischini (SD), Gustavo Kfouri, disse que o deputado nunca fez nenhum pedido para nomeação de qualquer cargo no governo e que, especificamente, nunca teve qualquer relação com nomeações na Receita Estadual. O advogado disse, ainda, que o delator deveria apresentar os nomes dos delegados que teriam sido indicados por Francischini, e que o deputado pretende processar Souza pelas alegações.