O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) entrou ontem com um reforço de pedido de prisão preventiva contra o governador do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz (PT). O parlamentar diz ter provas de que o governo Agnelo promoveu uma devassa ilegal em sua vida pessoal.
Francischini alega que tudo começou quando ele, como integrante da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, participou de investigações que envolviam Agnelo. O atual governador do DF, segundo Francischini, teria se envolvido em irregularidades quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em dezembro passado, a comissão pediu a prisão preventiva do governador. Na versão de Francischini, foi aí que ele começou a perceber fatos estranhos, como se alguém o estivesse perseguindo. Ele pediu uma investigação do Ministério Público.
Na semana passada, apareceu o primeiro resultado: a auditoria feita a pedido dos promotores revelou que dois computadores da Casa Militar do DF buscaram informações de Francischini no Infoseg um sistema nacional de dados usado exclusivamente por policiais, Ministério Público e Judiciário. O deputado diz ainda que as gravações do cas Cachoeira mostram que o governo do DF teria interceptado e-mails seus. "Mesmo não tendo sido o próprio governador a fazer a interceptação, ele é responsável ou omisso."
Ao Jornal da Globo, o governo do DF informou que Francischini estaria incitando a população a fazer protestos contra Agnelo. Isso teria colocado em risco a segurança do governador e de sua família e por isso foi usado o sistema Infoseg.
Impeachment
Integrantes da organização "Adote um Distrital", em referência aos deputados de Brasília, protocolaram ontem na Câmara Legislativa um pedido de impeachment contra Agnelo. A procuradoria da Casa tem cinco dias úteis para dar um parecer. Mas caberá ao presidente do Legislativo, deputado Patrício (PT), decidir se o pedido de impeachment será aceito ou não.
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