Curitiba – O presidente nacional do Partido Popular Socialista (PPS), Roberto Freire, deputado federal por Pernambuco, criticou duramente o que classificou de "interferência indevida" do Supremo Tribunal Federal (STF) no regulamento interno da Câmara, ao conceder decisões favoráveis ao deputado José Dirceu (PT-SP), que estão atrasando seu processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. As críticas de Freire, virtual candidato do PPS à Presidência da República em 2006, foram feitas anteontem, em Curitiba, quando ele participou do congresso estadual do partido.

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"O STF está confundindo a Constituição com o regulamento interno da Câmara", afirmou Freire. "O Conselho de Ética não se guia pelo Código de Processo Penal. Não está julgando um criminoso, mas se houve quebra de decoro parlamentar." Para o deputado pernambucano, nenhum outro poder, além do Legislativo, pode discutir ética parlamentar.

Na avaliação de Freire, a maior instância do Judiciário brasileiro estaria agindo com inclinação política.

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"Alguns ministros do STF pensam em fazer chicanas jurídicas com seus votos. O próprio presidente do tribunal, Nelson Jobim, chegou a dizer que o Brasil se tornaria ingovernável caso houvesse o impeachment de Lula", declarou. Ele afirmou também que o país não precisa de uma crise entre poderes. "Já basta a tragédia da corrupção do governo Lula", disse o líder do partido que rompeu com o governo em abril de 2004.

Freire acusou o presidente de ter associado a esquerda à corrupção. Previu que, com o agravamento da crise e a perda de popularidade, o governo corre o risco de perder mais aliados e "ficar sozinho".

"Até agora, o governo se apoiava em um crescimento medíocre da economia. Mas já enfrenta dificuldades de conduzir a política econômica e sofre críticas até dos partidos aliados."

Freire criticou a proposta de reforma política e a possível manutenção da verticalização nacional das alianças. Essas medidas, segundo ele, "afetam a democracia e só beneficiam os grandes partidos".