Curitiba Teve início ontem a campanha em rádio e tevê das frentes parlamentares pró e contra a proibição da comercialização de armas e munições no país, visando ao referendo que ocorre em 23 de outubro.
Quatro minutos e meio para cada lado foram suficientes para compreender as estratégias de cada uma para convencer os cidadãos sobre a importância do "sim" e do "não".
Jingles, spots e a participação ativa de artistas de televisão e de sumidades da área do Direito são algumas das armas que engrossam o embate, além dos bordões de ambos os lados: "Desarmar o cidadão não é a solução" e "Depois do dinheiro, o que os ladrões mais gostam de roubar é uma arma", são alguns dos que puderam ser ouvidos nesse primeiro dia.
Do lado do grupo favorável ao "não"à proibição, denominada "Pelo Direito da Legítima Defesa", a estratégia é esclarecer o verdadeiro teor dessa decisão, fazendo a distinção entre a questão do desarmamento e a proibição da venda de armas e munições.
Entrevistas com juristas e professores universitários também reforçaram o prejuízo do impedimento na hora da autodefesa, caso a comercialização seja proibida. "Se a pessoa não quer ter arma, não tenha. Mas esse direito não pode ser cerceado", afirmou o professor da Universidade Federal Fluminense, Ronaldo Leão, do Núcleo de Estudos Estratégicos da instituição.
Do lado oposto, a frente "Por um Brasil sem Armas" caminha de um tom emocional amedrontado mesclado a racionalidade de números oficiais citados no decorrer do programa.
Mesmo o grande apelo técnico e a disponibilidade de artistas de renome nacional não lhe eximiram das confusões. "Diga sim ao desarmamento!", afirma o músico Jair Rodrigues no programa, induzindo ao erro o ouvinte, numa clara contradição com a real discussão e decisão proposta pelo referendo.
Ainda conspirando contra essa tomada de posição, as más escolhas das estrelas que figuram no programa pelo "sim" também afetam a credibilidade da campanha. Um dos garotos-propaganda do "sim" é o vocalista da banda Charlie Brown Jr, Alexandre "Chorão" Nascimento, sabido mau exemplo de comportamento pacífico, conhecido além-palcos pelos murros que distribuiu contra outro artista num encontro casual de aeroporto.
As propagandas serão veiculadas até o dia 20 de outubro, duas vezes por dia em blocos de 9 minutos mais 20 inserções de 30 segundos cada ao longo da programação.
Na televisão, às 13 h e 20h30 e, no rádio, às 7 h e 12 h.
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Mais informações sobre o referendo popular no hotsite especial sobre o assunto da Gazeta do Povo
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