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Brasília (AE) – O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, disse que, caso o Banco Rural não encaminhe até amanhã as informações complementares das movimentações financeiras do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, da mulher dele, Renilda Santiago, e das empresas das quais eles são sócios, a CPI pedirá ao Banco Central (BC) a criação de uma força-tarefa para entrar na instituição financeira e buscar as informações.

"Pretendemos ter uma atitude mais firme contra o Banco Rural, contando com o apoio do Banco Central", disse Fruet.

"Até o momento, temos duas perguntas a serem respondidas: saber a origem dos recursos depositados nas contas e as supostas prestações de serviços pelas agências de Valério a empresas que não quiseram declarar as doações para campanha, a exemplo do que pode ter acontecido com a doação da Usiminas para o deputado José Mentor (PT-SP); a outra pergunta é saber qual foi o destino dos recursos, quem efetuou os saques", acrescentou, após deixar a chamada "sala do cofre", onde a comissão mantém os documentos sigilosos.

O deputado do PSDB do Paraná disse ainda que aguarda uma posição da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a remessa para a CPI de documento apreendidos no Rural em Belo Horizonte. "Previamente, a informação que temos é que os faxes apreendidos em Belo Horizonte dão a indicação sobre os saques dos recursos", afirmou.

Fruet informou também que a CPI mantinha investigações sobre a remessa de divisas feita por Valério para uma conta no exterior. "Essa remessa ilegal já estava sendo investigada e reforça ainda mais a necessidade de investigação, porque Valério negou com veemência, em seu depoimento à CPI, possuir conta no exterior", analisou.

O deputado do PSDB admitiu que os dados sobre as transferências do empresário haviam sido obtidos durante a CPI do Banestado e que a confirmação do ato pode prejudicar Mentor, relator dessa CPI, por ele não ter citado o Rural, executor da operação ilícita, no relatório.

"A relatoria de Mentor merecerá ser objeto de investigação futura, pois ele não citou o Banco Rural, mas, posteriormente, surgiu o saque feito por pessoa a ele ligada", afirmou.

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