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O sub-relator da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse neste domingo achar necessário que o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, seja convocado a depor na comissão ou, pelo menos, preste depoimento na Polícia Federal. Segundo o deputado, a necessidade se tornou ainda maior após as revelações do publicitário Duda Mendonça sobre como recebeu do PT, com abertura de conta no exterior, parte da dívida por campanhas que fez para o partido.

- Deve ser ouvido, senão na CPI, pela Polícia Federal ou por uma subcomissão. É fundamental verificar se ele (Toninho da Barcelona) pode contribuir apontando nomes, quem fez remessa, em que momento foi. Mesmo porque a cada dia fica mais claro que tudo isso não se resume àqueles empréstimos no valor de R$ 55 milhões, como tentaram demonstrar Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) e Marcos Valério.

Na opinião de Fruet, é preciso cautela com declarações de um condenado, como é o caso de Toninho da Barcelona. O deputado ressalta, porém, que mesmo que o doleiro não tenha envolvimento com o esquema do PT seu conhecimento sobre esse tipo de operação poderia ajudar as investigações.

Em reportagem da revista 'Veja', Toninho da Barcelona diz que já operou para o PT e que o partido envia recursos para o exterior desde a campanha presidencial de 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi derrotado por Fernando Collor. Segundo a reportagem, as remessas aumentaram nos anos 90.

O doleiro é considerado o maior do país e cumpre pena de 25 anos em Avaré, no interior de São Paulo, por evasão de divisas. Segundo a 'Veja', ele estaria disposto a contar o que sabe sobre o suposto envio de dinheiro ao exterior pelo PT. Segundo Toninho, o esquema utilizava o Trade Link Bank, instituição que seria ligada ao Banco Rural nas Ilhas Cayman, e numa empresa offshore criada no Panamá, que também funciona como um paraíso fiscal. Em seu depoimento à CPI dos Correios nesta semana, o publicitário Duda Mendonça disse que a maior parte do dinheiro que recebeu no exterior do empresário Marcos Valério saiu de uma conta no Trade Link Bank, em Cayman. O Banco Rural informou que o Trade Link Bank não faz parte do grupo.

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