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| Foto: Anderson Tozato/CMC

Uma manobra partidária de Gustavo Fruet (PDT) azedou a relação entre neopedetistas e militantes históricos do partido. O prefeito de Curitiba pediu mudanças no comando da legenda ao diretório estadual, que incluíam a saída de filiados antigos da legenda. O pedido foi aceito pela diretoria estadual do partido. A decisão culminou na renúncia do presidente em exercício da legenda, Leo de Almeida Neves, que se disse surpreso com a decisão.

Ex-deputado federal, Neves era o segundo vi­­ce-presidente do partido em Curitiba, mas exercia a presidência, já que Fruet está licenciado para exercer o cargo de prefeito e Wilson Picler, vice-presidente, está licenciado das atividades partidárias. De acordo com Neves, a direção não chegou a consultá-lo ou comunicá-lo das mudanças. "Não quero ser vice em uma comissão provisória que não ajudei a construir", resumiu.

A principal discordância é a retirada de alguns militantes do comando do partido, que atua em comissão provisória – ou seja, está sujeito a intervenções da direção estadual. Entre os nomes destacados estão Picler, o vereador Jorge Bernardi, a secretária executiva do partido Nardi Casanova e Sylvio Sebastiani. "Essas pessoas não poderiam ser eliminadas sem uma consulta. Não é democrático", disse Neves.

Apesar disso, o ex-deputado não considera que há um racha no partido. Ele afirmou que pretende continuar apoiando a gestão de Fruet e que não há um rompimento pessoal com o prefeito. "O Gustavo me fez um e-mail pedindo desculpas, respondi que essa atitude não significa um rompimento pessoal", diz. "Não há um racha. Só não quero mais ser vice-presidente da comissão provisória", resumiu.

A decisão também desagradou Bernardi. "Abrimos mão [do comando do partido] quando o Gustavo chegou, mas ele não pode ignorar os companheiros históricos. Da minha parte, já absorvi a violência. Mas não concordo com o que aconteceu com os outros". Apesar disso, ele isenta o prefeito de qualquer responsabilidade. "Acredito que ele tenha sido induzido ao erro por algum assessor mais afoito e não tenha feito uma leitura adequada do processo político", disse.

A reportagem tentou entrar em contato com Fruet, mas não teve sucesso até o fechamento desta edição.

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