Brasília (Folhapress) Na mira da CPI dos Correios por causa de supostas operações fraudulentas com títulos públicos, o fundo de pensão dos funcionários do Banco Central (Centrus) está sendo investigado também em 25 processos abertos pelo Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal.
Em pelo menos três, as irregularidades apontadas na compra de ações foram comprovadas pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), vinculada ao Ministério da Previdência e responsável pela fiscalização dos fundos de pensão.
Uma relação com todas essas investigações foi encaminhada pela SPC ao Congresso a pedido da senadora Heloísa Helena (PSol-AL), que está depurando as informações. Hoje, ela entregará esse relatório para a subcomissão criada na CPI para apurar as denúncias de irregularidades nos fundos de pensão.
As negociações de ações, confirmadas como fraudulentas pela SPC, foram realizadas entre outubro de 1997 e dezembro de 1998 e geraram uma autuação da Centrus, em julho do ano passado. Na última sexta-feira, o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis, determinou que o presidente da entidade, Pedro Alvim Júnior, e o diretor de aplicações do fundo, Ricardo Monteiro de Castro e Melo, fiquem proibidos de atuar como dirigentes de fundos por quatro anos.
Pela decisão, publicada no "Diário Oficial" da União, os dois foram condenados também a pagar multa de R$ 9.750. Agora, terão 15 dias úteis para recorrer junto ao Conselho Gestor da Previdência Complementar (CGPC).
Segundo a assessoria da Centrus, em vez de prejuízo, o fundo teria lucrado cerca de R$ 100 milhões. Alegam ainda que se baseiam em auditoria do BC.
Quanto aos demais processos, a Centrus diz que não pode se manifestar porque não tomou conhecimento da relação enviada ao Congresso.
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