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"Vocês vão passar dois anos comendo m... e eu vou voltar como salvador da pátria."

Do presidente regional do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Dobrandino Silva, dirigindo-se ao povo de sua cidade Foz do Iguaçu, que deu apenas 34% de votos para Requião.

A poeira deixada pela eleição no Paraná ainda não baixou e embaça a visão daqueles que pretendem traçar o rumo a tomar. Por exemplo: qual será o futuro de Osmar Dias?

Há o destino óbvio – voltar ao Senado, onde tem mandato por mais quatro anos. Fora isso, há o plano de candidatar-se novamente ao governo em 2010. O problema é que a poeira pairada no ar não lhe permite dar tal certeza.

É certo que emergiu das urnas cavalgando o prestígio de metade dos eleitores paranaenses e isto, em tese, já lhe daria cacife suficiente para novamente tentar a sucessão de Requião.

Em tese. Porque não é só isso que conta. Conta também (e principalmente) a manutenção em torno dele da mesma organização de forças políticas que o ajudou a conquistar tal cacife. O que não é fácil, dada a circunstância de que dessas forças fazem parte outros políticos interessados no mesmo objetivo.

É o caso, por exemplo, do prefeito Beto Richa. Embora tenha atuado como um dos generais do exército de aliados de Osmar Dias, Beto não esconde o sonho de disputar o Palácio Iguaçu em 2010.

Antes precisará reeleger-se (e bem) prefeito de Curitiba em 2008. Conta como certo que venceria essa empreitada, embora saiba que terá de enfrentar a poderosa máquina do PMDB de Requião que, aliado ao PT, lançará candidato próprio – provavelmente o secretário da Educação, Maurício Requião, irmão do governador.

Reeleito, porém, Beto se torna candidato natural ao governo do estado. Eis aí a primeira pedra no caminho de Osmar Dias. Não cabem os dois no mesmo barco e a tendência, então, é de divisão do grupo que lutou unido neste ano na oposição.

Olho vivo

Refundação 1 – O deputado federal eleito Alceni Guerra está sendo apontado como um dos principais condutores do processo de "refundação" do PFL nacional. Refundação é a palavra que virou moda entre os partidos em crise. O ministro Tarso Genro aplica-a ao caso do PT, mergulhado ainda no lamaçal dos escândalos nos últimos três anos.

Refundação 2 – É o caso também do PFL, outrora o segundo maior partido do país, atrás apenas do PMDB. Aliado de Fernando Henrique desde sua primeira presidência, o PFL acabou como legenda auxiliar do PSDB e deu no que deu: elegeu só um governador (DF) e viu reduzida sua bancada na Câmara.

Refundação 3 – Não dá para continuar assim, reconhece hoje o próprio presidente nacional pefelista, senador Jorge Bornhausen, que deixa o posto em março do ano que vem com a incumbência aos seus sucessores de reconquistar a força que o partido teve no passado.

Refundação 4 – É aí que surge o nome de Alceni Guerra. Seu nome não é cogitado para presidir o partido, mas é citado como capaz de liderar o trabalho de rearticulação nacional da sigla. O primeiro objetivo é reorganizar as bases para conquistar em 2008 o maior número de vereadores e de prefeitos de capitais e outros grandes centros. E, em seguida, lançar candidato próprio à Presidência da República em 2010.

Entre irmãos – A declaração em juízo de um dos auxiliares do policial Délcio Rasera – o assessor palaciano suspeito de arapongagens – de que "grampeou" um dos irmãos de Requião faz lembrar em caso raro na política brasileira: dois irmãos disputando, como adversários ferrenhos, um mesmo cargo. O caso aconteceu em 2000, quando Maurício (PMDB, 8,5% dos votos) e Eduardo (PDT, 2%) concorreram à prefeitura de Curitiba. Havia entre eles uma disputa de equipamentos de tevê.

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