O ex-ministro da Previdência Carlos Gabas afirmou nesta quinta-feira (23) que conhece o ex-vereador petista Alexandre Romano, mas negou ter recebido dele dinheiro fruto de um esquema de desvio de verbas no Ministério do Planejamento. Romano firmou acordo de delação premiada que levou à deflagração da Operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo nesta quinta pela Polícia Federal. Assim como Bernardo, Gabas também foi acusado por Romano por supostamente participar do esquema que movimentou R$ 100 milhões em propina.
Segundo Gabas, ele e Romano se encontraram várias vezes, sobretudo quando o ex-vereador viajava a Brasília. “Na delação dele [Romano], ele supõe que eu seria beneficiário do esquema [que recebia dinheiro]. Quero que ele diga como, de que jeito?”, questionou o ex-ministro.
Amigo de Dilma, ex-ministro Carlos Gabas é investigado junto com Paulo Bernardo
Ex-vereador do PT firmou acordo de delação premiada e relatou como funcionava o suposto esquema de corrupção no Ministério do Planejamento
Leia a matéria completaA Polícia Federal apreendeu dois celulares, um iPad e um notebook na casa de Gabas na manhã desta quinta-feira. O ex-ministro foi chamado para depor sobre as supostas relações dele com Romano, mas preferiu ficar calado e só comparecer à Polícia Federal num outro momento. Segundo Gabas, o mandado expedido pela Justiça Federal em São Paulo dava duas opções: depor ou permanecer em silêncio. “Existe um mandado para eu depor ou ficar calado. Optei por depor, mas com minha advogada. Disse [para a polícia] que quero falar com o delegado. Pode marcar data e horário”, disse Gabas.
Mais cedo, a polícia chegou a informar que o ex-ministro seria levado para depor. Ele está entre os investigados obrigados a prestar depoimento, conforme decisão judicial. Mas o o mandado permitia também que, se ele quisesse, poderia ficar calado.
Educados
Quatro policiais, um procurador e dois fiscais da Receita Federal chegaram à casa de Gabas, no Lago Norte, por volta das 6h. Além dos computadores e dos celulares, os investigadores apreenderam escrituras de dois apartamentos de Gabas, um em São Paulo e outro em Taguatinga. “Eles [investigadores] foram muito educados. Perguntaram se eu tinha valores, eu disse que não. Então vasculharam a casa toda”, disse Gabas.
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